Havia no estro em que dormia
a rua, num dia chuvoso,
o início do mundo de arte.
Pelo Brooklyn, pelo rio Tâmisa,
nos jograis do teatro nô,
nas barafundas de bangladesh,
nos cemitérios de bangcoc,
nos vitrais do Vaticano,
um poeta via certas sensações
da cor do paraíso,
em Manchester a flor da indústria,
uma fábrica têxtil no tear
e os luditas que acordavam
sob o sino da manhã,
lancetei as cabeças dos operários,
andei com a minha adaga
para furar anarquistas
na comunidade de Malatesta,
golpeei com meu martelo
os falcões de Wall Street,
e roubei o corpo embalsamado
de Lênin e o joguei numa
pira com o livro vermelho de Mao,
fundei uma nova comunidade,
aonde se lia e bebia
no sol sábio do crepúsculo.
30/06/2020 Gustavo Bastos
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