Hoje ficamos assim,
noutro momento,
um momento
sem fim.
Ontem esquecemos,
amanhã seremos.
O tempo, fera indomável,
tem de si o mundo
sem pena,
o mundo em sua órbita,
tempo da escassez,
relógio sem hora
de partida.
Hoje estamos,
por ontem ficamos,
amanhã nunca se sabe.
Por que passar tanto?
Por que passar por tudo?
A existência é o nó górdio
em que a máquina
chamada mundo
tem no tempo
sua indecisão
insolúvel,
temos hoje para sempre,
este que é senhor da vida,
o tempo e sua medida.
18/03/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
quarta-feira, 28 de março de 2012
MORRER PELO SONHO
Eu esperei transigir ao fio da espada,
nua face da faca,
poesia exasperada.
O mundo obstou a natureza
na ânsia do dia.
A civilização está tonta
de embriaguez.
Não temos tempo,
diz o meu coração.
O que já foi dito e pensado
morreu de opinião.
O instante meditado
saiu pela tangente.
Não era mais noite
na poesia diurna,
não calava a madrugada
pela manhã.
Eu, que esperava tudo,
que queria o mundo
em meus olhos,
vi que nada havia
mais em meu sonho
senão sonho,
a realidade dura da desilusão
corroeu todas as paixões
de que morria o poeta.
18/03/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
nua face da faca,
poesia exasperada.
O mundo obstou a natureza
na ânsia do dia.
A civilização está tonta
de embriaguez.
Não temos tempo,
diz o meu coração.
O que já foi dito e pensado
morreu de opinião.
O instante meditado
saiu pela tangente.
Não era mais noite
na poesia diurna,
não calava a madrugada
pela manhã.
Eu, que esperava tudo,
que queria o mundo
em meus olhos,
vi que nada havia
mais em meu sonho
senão sonho,
a realidade dura da desilusão
corroeu todas as paixões
de que morria o poeta.
18/03/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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