VII – OS COMPARSAS DA FORÇA
Deixando a terra nova, eu colho a fumaça do céu.
Os dias passam, há náufragos, há o desterro.
Estava a terra boa repleta de sedes espumantes,
Um ar de cristal na chuva da alma,
Os sais do tempo intratável,
Um ar de riqueza e sonhos prisioneiros,
As canções da noite iluminavam aquele céu.
Os corais diante desta terra
Eram as mãos do encanto,
O gatilho das esferas,
O som estridente da barbárie.
Estava o delírio renascido,
Um sol de rachar a cabeça,
As águas então evaporaram.
Eu caí na perdição da terra,
A mesma sede de sempre.
Os olhares estalavam,
O sol da noite era o fogo do desejo.
Eu via os deuses soprando
A névoa solitária da canção.
Os meus comparsas da noite
Traziam o suprimento.
Não haveria fome por um tempo.
À terra perdida, eu dou tiros.
À terra dos fortes, eu sou um soldado da força.
Deixando a terra nova, saíram os forasteiros.
Atrás do mundo morto, que as flores amam.
Na noite cadavérica dos sonhos frios,
Eu colho a fumaça do céu
Das infinitas angústias.
Se olho pelos lados, é para conter o barro,
O brio montanhoso, o pavio tortuoso,
Nos fins da estrada.
Num traçado de fogo, o qual era destino,
Levei a dança aos corais,
Aos apreços pela arte.
À terra perdida, encontro o fim dos fins,
O começo da felicidade.
Vejo em toda vida honrada:
Virtudes raras de força,
A coragem,
Um homem escasso
Em dias de covardia.
Sei que são virtudes de liberdade.
E os filhos do desterro, soldados,
Meus comparsas, caem na graça eterna.
É a guerra da vida.
É o grito. O motim.
O horizonte que há na fronte armada.
Há o vinho e o tempo.
E o céu sobre a terra perdida.
sábado, 5 de dezembro de 2009
SINAIS DA TERRA PERDIDA VI
VI – FONTE DA SEDE SECA
Uns jazem loucos nas ribeiras,
A caravana sai ao deserto, a sede era o temor.
O vinho estava incandescente,
As luas nos hóspedes das noites fremiam ao espanto,
E o que calava na estrada era a santa imaculada.
As virgens invejavam a plenitude,
A caravana dos velhos regiam os céus grávidos de sol.
O corisco mandava matar-me à janela da liberdade.
Uns jazem loucos de sede odienta. É o tédio.
Eu rodeava os extermínios, que vulcões explodiam.
Fiquei estupefato e risonho.
Dei uma olhada aos ventos que ali planavam
Nas ribeiras, que descalço eu via.
A caravana dos odientos magos de estrelas
A caminhar, uns jazem nus pelo caminho.
Dou a guilhotina, o fuzil e a munição.
Para os alardes repentinos,
Um manancial de febres
Gritava, nem uma música acalmaria
Os tais viandantes.
Era tudo do vinho, e de uma fonte seca.
Uns jazem loucos nas ribeiras,
A caravana sai ao deserto, a sede era o temor.
O vinho estava incandescente,
As luas nos hóspedes das noites fremiam ao espanto,
E o que calava na estrada era a santa imaculada.
As virgens invejavam a plenitude,
A caravana dos velhos regiam os céus grávidos de sol.
O corisco mandava matar-me à janela da liberdade.
Uns jazem loucos de sede odienta. É o tédio.
Eu rodeava os extermínios, que vulcões explodiam.
Fiquei estupefato e risonho.
Dei uma olhada aos ventos que ali planavam
Nas ribeiras, que descalço eu via.
A caravana dos odientos magos de estrelas
A caminhar, uns jazem nus pelo caminho.
Dou a guilhotina, o fuzil e a munição.
Para os alardes repentinos,
Um manancial de febres
Gritava, nem uma música acalmaria
Os tais viandantes.
Era tudo do vinho, e de uma fonte seca.
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domingo, 29 de novembro de 2009
SINAIS DA TERRA PERDIDA V
V – LUZ
Essas brisas alegres relampejam, são luzes sortidas, vagam sob o sol, não se prendem.
São brisas róseas de verão, de sol firme, que invade o mormaço, que se funde à terra imaginada a óleo do pintor, que renascem sofridas dos ombros do trabalhador braçal. São brisas que levam fumaças, que a rua do ourives galanteia. Que a prataria toda queria como fogo.
Luzes dinâmicas e naturais. Brisas formosas que reluzem, relampejam, renascem nos ombros mortos-vivos do trabalhador braçal, braços na fábrica, braços viris.
Fico tonto, fico atônito.
Eu dou ao tempo um relógio de sol.
Caio na ressaca do tempo.
Eu finco bandeira na terra molhada, no pudor do cadáver, nas louras fêmeas morenas ruivas. Eu finco com os dentes!
Brisa cintila, relampeja. Luzes fêmeas rústicas, luzes fêmeas modernas.
Eu espero o verão, eu saio à noite atrás de mim. Atrás da fêmea.
Eu diria mesmo: Sou o soldado de vestes pagãs.
Anuncio: Os cordões de fogo, os labirintos dos matagais.
Bem seria uma beleza o Bem?
Estou na brisa, amante. Deveras.
É real o viço. Brisas quentes róseas floridas. Brisas frias róseas feridas. Estavam de vermelho. Estavam de branco. E um luto do avesso na estrela.
Eu derrubo a parede dos gigantes. Eu daria novamente este passo.
Se sofro, é por querer tudo. Se sofro, é por querer demais.
Aqui são sexos imaginados como fósseis raros. Eu puxo a alavanca. Sei muito bem o que é o amor. (Relampeja). Eu não durmo à espera. Se não veio nada, é porque nada esperei. Se veio ao menos uma Luz, eu a tenho em mim.
Brisas róseas floridas, feridas mordidas abertas, pulso.
Até o sangue é flor! Até o sangue, mesmo azul.
Do rio morto no mar eu aprendi que tudo é selvagem.
Não há edifício que suporte um toque de mágica.
Brisas etéreas róseas floridas, insônia criativa.
Bem é o Bem que seria?
Beleza também seria Beleza? E o Mal só uma festa de dançarinos?
A Besta 666 cai perante as asas. Ó facínora!
Essas brisas alegres relampejam, são luzes sortidas, vagam sob o sol, não se prendem.
São brisas róseas de verão, de sol firme, que invade o mormaço, que se funde à terra imaginada a óleo do pintor, que renascem sofridas dos ombros do trabalhador braçal. São brisas que levam fumaças, que a rua do ourives galanteia. Que a prataria toda queria como fogo.
Luzes dinâmicas e naturais. Brisas formosas que reluzem, relampejam, renascem nos ombros mortos-vivos do trabalhador braçal, braços na fábrica, braços viris.
Fico tonto, fico atônito.
Eu dou ao tempo um relógio de sol.
Caio na ressaca do tempo.
Eu finco bandeira na terra molhada, no pudor do cadáver, nas louras fêmeas morenas ruivas. Eu finco com os dentes!
Brisa cintila, relampeja. Luzes fêmeas rústicas, luzes fêmeas modernas.
Eu espero o verão, eu saio à noite atrás de mim. Atrás da fêmea.
Eu diria mesmo: Sou o soldado de vestes pagãs.
Anuncio: Os cordões de fogo, os labirintos dos matagais.
Bem seria uma beleza o Bem?
Estou na brisa, amante. Deveras.
É real o viço. Brisas quentes róseas floridas. Brisas frias róseas feridas. Estavam de vermelho. Estavam de branco. E um luto do avesso na estrela.
Eu derrubo a parede dos gigantes. Eu daria novamente este passo.
Se sofro, é por querer tudo. Se sofro, é por querer demais.
Aqui são sexos imaginados como fósseis raros. Eu puxo a alavanca. Sei muito bem o que é o amor. (Relampeja). Eu não durmo à espera. Se não veio nada, é porque nada esperei. Se veio ao menos uma Luz, eu a tenho em mim.
Brisas róseas floridas, feridas mordidas abertas, pulso.
Até o sangue é flor! Até o sangue, mesmo azul.
Do rio morto no mar eu aprendi que tudo é selvagem.
Não há edifício que suporte um toque de mágica.
Brisas etéreas róseas floridas, insônia criativa.
Bem é o Bem que seria?
Beleza também seria Beleza? E o Mal só uma festa de dançarinos?
A Besta 666 cai perante as asas. Ó facínora!
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SINAIS DA TERRA PERDIDA IV
IV – SOMBRA
Renascer é o trovão que ecoa entre as asas da sombra.
Quem deita no trono da sombra é o olho do sol,
Eu deito e caio em mim num redemoinho de cegueira.
Ventava dentro da alma,
Rompia-se a lucidez no ar da tortura,
A mágica divina nos ínferos do sentir.
Um mar sobe sobre as asas,
A sombra me ataca,
Eu aguardei uma rosa desmaiada.
À terra perdida dos desejos ínferos,
Aos torturadores dos anjos,
À sombra que desce,
Ao ar que falta,
Uma louca cantava para mim.
Eu descia, longe da terra perdida,
Tanto que me perdia, com o tesouro que fugia.
Eu que digo: Sou a batalha nas trevas.
Esqueço que um dia fui alma.
O olhar se perde, a alma desce, desce ...
Eu quero a minha sorte,
Os olhos querem sede, têm sede,
São os olhos das trevas,
As mortais campanhas,
Que descem, que descem ...
Eu perco a visão,
Estou cego e só vejo a sombra.
Mais nada virá,
Somente fantasmas.
Renascer é o trovão que ecoa entre as asas da sombra.
Quem deita no trono da sombra é o olho do sol,
Eu deito e caio em mim num redemoinho de cegueira.
Ventava dentro da alma,
Rompia-se a lucidez no ar da tortura,
A mágica divina nos ínferos do sentir.
Um mar sobe sobre as asas,
A sombra me ataca,
Eu aguardei uma rosa desmaiada.
À terra perdida dos desejos ínferos,
Aos torturadores dos anjos,
À sombra que desce,
Ao ar que falta,
Uma louca cantava para mim.
Eu descia, longe da terra perdida,
Tanto que me perdia, com o tesouro que fugia.
Eu que digo: Sou a batalha nas trevas.
Esqueço que um dia fui alma.
O olhar se perde, a alma desce, desce ...
Eu quero a minha sorte,
Os olhos querem sede, têm sede,
São os olhos das trevas,
As mortais campanhas,
Que descem, que descem ...
Eu perco a visão,
Estou cego e só vejo a sombra.
Mais nada virá,
Somente fantasmas.
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