PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

HAICAI - VII

Esperar demais
a má canção morrerá
no tempo do cais.

04/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

HAICAI - VI

A filosofia
cai numa verdade e ruma
para o caos da orgia.

04/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

HAICAI - V

Eu levo o horizonte
do mar ao céu do meu lar
como um vinho à fonte.

04/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

HAICAI - IV

O que cai no meu
haicai é mar do que se vai
no estro que morreu.

04/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

ELEGIAS EXISTENCIAIS - I

Quando as trevas dos céus infinitos
se fecham sobre a poesia,
o universo inteiro está em face da morte
de seus trovadores,
eis a poesia na existência mortal
dos homens,
eis seu ritmo sepulcral
que nos dá ânimo
para viver enquanto
não morrermos.

Volto-me à poesia que murmura
seu lamento entre as sereias
dos mares de dentro.
Semeio em meu verso o incenso
da alma fulgurante e vidente
das sombras do inferno.

Pois a queda angélica dos demônios
são sonhos, pesadelos e delírios
como o poeta os havia imaginado.

Desde épocas arcaicas como esta terra,
sou o fim do abismo no fim do mundo,
escrevo sob o sol medonho
os pensamentos e augúrios
de um instante.

Penso no abismo do ser
em que está a existência
mortal.

04/10/2010 Elegias Existenciais
(Gustavo Bastos)

domingo, 3 de outubro de 2010

HAICAI - III

Carnes dos desejos
viris de cores sutis
são podres relevos.

03/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

HAICAI - II

O corpo é poesia
que não vive a vida em vão
no elmo da elegia.

03/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

HAICAI - I

O tempo que passa
é como fogo de assombro
na queda  tão esparsa.

03/10/2010 Livro de Haicais
(Gustavo Bastos)

A GUERRA DOS ANTIGOS

(soneto decassílabo heroico)

Tempestade de sol me lembra o véu
em que navegará sonhos de Troia.
O cavalo vai lépido ao dia que olha
ao longe o terror bélico do fel.

Desde a terra que morre no meu verso,
sou um delírio de trevas espectrais
onde gregos das trovas são vitrais
quebrados por espadas sombrias do estro.

Caio no sonho que resta ao desespero,
pois o tempo ligeiro não vê espera,
já que nos iludimos no ar vermelho.

O sangue derramado por guerreiros
é unção para o revés vil da miséria,
em que a fome nos mata em vis vespeiros.

03/10/2010 Sonetos da Eternidade
Gustavo Bastos