(soneto decassílabo heroico)
Tempestade de sol me lembra o véu
em que navegará sonhos de Troia.
O cavalo vai lépido ao dia que olha
ao longe o terror bélico do fel.
Desde a terra que morre no meu verso,
sou um delírio de trevas espectrais
onde gregos das trovas são vitrais
quebrados por espadas sombrias do estro.
Caio no sonho que resta ao desespero,
pois o tempo ligeiro não vê espera,
já que nos iludimos no ar vermelho.
O sangue derramado por guerreiros
é unção para o revés vil da miséria,
em que a fome nos mata em vis vespeiros.
03/10/2010 Sonetos da Eternidade
Gustavo Bastos