Everaldo nasceu em Campos dos Goytacazes em 1977, filho de
mãe católica fervorosa e praticante, era um menino que, desde cedo, mostrou seu
pendor por buscar conhecimento, e se acreditava ser realmente alguém especial,
logo mostrou características messiânicas, liderava alguns meninos de sua turma
com ideias sobre a constituição do universo, e sua mãe achava que ele era um
gênio.
Aos sete anos, liderando cinco meninos, foram se embrenhar na
floresta para buscar o Santo Graal, Everaldo Blank dizia que havia um lugar
sagrado feito por velhos luminares de civilização atlante que haviam colocado
um mapa do Santo Graal ali no mato, eles ficaram a tarde inteira passeando pelo
mato, mas o céu fechou, começou a chover, e depois de uma trovoada, Blank e
seus amigos desistiram da aventura e voltaram à cidade, Blank disse que o
mistério seria desvendado, no entanto, com um livro que ele iria escrever,
decifrando o mistério do Santo Graal, e que seria reconhecido por ser um grande
filósofo, quando completasse ainda dezessete anos.
A mãe de Blank voltou na tarde do domingo seguinte de sua
missa católica, depois de ter rezado muito, e encontrou Blank na sala, com
livros de maçonaria, e perguntou para Blank a razão dele estar no meio da sala,
com um manto azul, incensos e meditando em plena tarde de domingo, se ele não
queria tomar um ar, mas Blank explicou para a mãe que ele estava se
concentrando para a sua grande missão de se tornar um líder intelectual, uma
espécie de novo iluminado, e sua mãe ficou fascinada e orgulhosa daquele seu
filho genial.
Em seguida, Blank se embrenhou na metafísica aristotélica, em
suas teorias do movimento, ficou fascinado com as relações entre potência e
ato, foi direto para o Organon estudar silogismos, aprendeu a decorar as dez
categorias do ser, e gostava de se exibir para seus amigos com seus novos
conhecimentos filosóficos, mesmo tendo apenas sete anos e aprendido a ler há
apenas um ano. Aos oito anos ele releu a metafísica aristotélica e resolveu ler
a Bíblia Católica inteira, sua mãe lhe deu uma edição da Bíblia de presente e
ele leu com afinco, aos nove anos sabia citar os Salmos mais importantes de
memória e ficava cada vez mais convencido de sua genialidade e de como era de
fato um ser especial.
Aos dez anos Everaldo Blank se pôs a começar a sua grande
obra filosófica, ele queria criar um novo sistema de moral e uma teoria do
conhecimento própria, e futuramente seria líder de um movimento, também de uma
seita com o seu próprio nome, ele sabia que seria um pensador de vulto na
Humanidade, reconhecido como filósofo original, criador de um novo sistema
filosófico que revolucionaria a filosofia de seu tempo, ele só não sabia, como
tinha certeza, que tinha uma missão na Terra, e a cumpriria com louvor.
Everaldo Blank começou a sua primeira obra filosófica, e sua
mãe lhe ajudava nas suas tardes depois da escola com pães fresquinhos e leite
quente com achocolatado, e ele se punha a escrever seu primeiro livro, que ele
dizia ser o começo de uma trilogia filosófica, tudo com a sua inspiração
bíblica e aristotélica, mas ele crendo piamente que criava algo novo e
original.
Blank se dedicou com afinco à sua primeira obra filosófica,
demorou um ano e meio, e aos doze anos, ele foi com seu manuscrito, Sistema de
Moral Blankista – Tomo I, e levou para uma editora local em Campos, a editora
recusou os manuscritos, e ele foi para uma gráfica, mas descobriu que não tinha
dinheiro, ele pediu à mãe que lhe pagasse à gráfica uma impressão de cem
exemplares, e foi quando ele teve seu primeiro livro filosófico publicado, ele
achou que seria reconhecido pelo livro, mas este não teve repercussão, nem
mesmo na cidade de Campos dos Goytacazes, mas ele não desistiu de seu projeto,
e foi escrever o Tomo II de sua grande obra de pensador da Humanidade.
Blank, então, depois de seu Tomo I, em que falou da axiologia
e de uma moral formal baseada em valores católicos, buscou aprofundar as suas
noções de boa vontade agostiniana e de influências tomistas em seus escritos,
saindo um pouco de seus cacoetes aristotélicos, como era uma obra de juventude,
havia muitos sofismas, falácias, mas Blank pensava estar produzindo uma obra de
vulto, e este seu segundo tomo, depois do primeiro volume de duzentas páginas
de moral de inspiração católica, partiria para uma posição escolástica que, ao
fim, resultaria na sua leitura de Maritain, uma leitura enviesada para que
Blank reafirmasse sua fundamentação de moral cristã numa formalidade oca feita
de lógica porosa, com máximas, axiomas e conclusões açodadas, meio que emulando
o modelo spinoziano de corolários e todo aquele passo-a-passo maçante e
enfadonho cheirando a mofo e anacronismo.
Seu Tomo II ficou pronto quando ele completou 14 anos, e
desta vez ele conseguiu uma publicação em uma editora por indicação de um professor
seu de música, até porque agora ele estudava piano e colocou na cabeça também
que seria dramaturgo e matemático, estudando também os fenômenos sonoros e da
luz. Seu Tomo I também entrou no contrato, e ele fechou com a editora que
haveria o Tomo III para fechar a sua Trilogia de Moral Blankista. O Tomo II,
sua segunda obra de juventude, saiu quando ele completou quinze anos, e
novamente não teve repercussão, nem mesmo em Campos dos Goytacazes, mas Blank
sabia que fechando a sua trilogia com o Tomo III, ele estaria apto para fazer
voos maiores e mais ambiciosos, pois já planejava fazer uma fundação com seu
nome, que seria o nome de seu movimento filosófico, o Blankismo.
Seu sistema de moral da trilogia era seu primeiro passo para
a fundação do Blankismo, pois este seria complementado com seus volumes de
teoria do conhecimento blankista e depois de uma lógica blankista e uma teoria
da alma também de concepção blankista. Seus conhecimentos filosóficos se
ampliavam, ele fazia exercícios diários de silogismos e paralogismos, seus
estudos de matemática e de composição da luz avançavam, e seus estudos de piano
progrediam, ele começou a compor, já com influência de Beethoven, queria fazer
sinfonias, aprendeu a ler partituras e sonhava em ser também maestro. Sua
composição ao piano, aos dezesseis anos, se chama Sonata Opus Gloriam Dei, e
tinha um ar clássico que bebia diretamente de Ludwig. Ele também se dedicava a
um sistema próprio de notação musical, mas a experiência não deu muito certo,
pois o sistema ruiu com paradoxos.
Seu sistema de valores avançava, o Tomo III trataria de
noções a priori de moral cristã, com ideias morais formais, com teses
inspiradas num tomismo cada vez mais esquemático, os corolários viraram uma
salada de teses católicas com ecos de maçonaria e vícios de espírito de sistema
que seriam bem adequados para livros filosóficos publicados até o século XIX, e
seus aforismos começavam a se multiplicar como um volume seu extra de moral
blankista, e um sistema de retórica blankista, que era para seu futuro projeto
de se tornar também político. O Tomo III fica pronto, e Everaldo Blank sabia
que era hora de se tornar o grande pensador que sempre quis ser, pois sua
profecia, pois também se considerava vidente, seria a de que aos dezessete anos
seria reconhecido como filósofo e pensador, e seu Tomo III saiu aos dezessete
anos, obra de juventude, ele já estudava Descartes agora tentando criar sua
teoria do conhecimento blankista, e a trilogia de moral blankista se encerra
com mais um fracasso de público e de crítica, ele decide que era hora de fazer
a sua fundação, que seria um modo de fundar seu próprio movimento filosófico, o
Blankismo.
Ele, então, aos dezessete anos, cria a Associação Iluminada
do Blankismo, e funda seu próprio movimento filosófico, oficialmente, o Blankismo.
Os princípios do Blankismo foram confeccionados num pequeno opúsculo por
Everaldo Blank assim que a Associação foi fundada, e seus princípios para todo
o povo eram ambiciosos, ele seria o arauto de uma nova filosofia, que Blank
julgava revolucionária e que transformaria o conhecimento para sempre. E seu
livro de aforismos, como um complemento de seu sistema de moral, foi publicado
por Blank logo em seguida, todos estes livros circulavam em seu pequeno novo
grupo de discípulos, tanto os três tomos de moral blankista, como seu opúsculo
de princípios gerais para todo o povo e seu volume de aforismos que reuniam
todas as máximas de Everaldo Blank que, agora, aos dezoito anos completos,
juntava todas as suas frases, máximas e provérbios desde que teve a sua
primeira iluminação espiritual ainda aos sete anos, quando foi buscar o Santo
Graal no meio da floresta.
Seu primeiro livro de Teoria da Alma, que seria o Iluminações
Espirituais, foi publicado quando ele completou dezenove anos, já estudando na
universidade para se formar em Filosofia, e suas leituras de Descartes e Kant
avançavam para que ele tivesse condições de montar a sua teoria do conhecimento
blankista, sua leitura de Fenomenologia do Espírito de Hegel também se iniciara
e ele estava empolgado com seu destino glorioso de arauto e pensador para todo
o povo. Everaldo Blank era o gênio que criou o Blankismo, e como arauto e
fundador desta nova filosofia, agora com a sua Associação Iluminada do
Blankismo, seria reconhecido como o grande gênio que é, um filósofo original e
uma espécie de visionário de novos fundamentos que ele queria divulgar para
todo o povo, já que colocava em todos os seus livros, como subtítulo, um livro
“para todo o povo”. Everaldo Blank era o arauto, e já contava com doze
discípulos, que seriam seus “apóstolos do conhecimento”.
O opúsculo de princípios gerais virou a Bíblia dos doze
discípulos do Blankismo, o diretor-executivo da Associação Iluminada do
Blankismo virou uma espécie de vice-líder do movimento, seu nome era João, e
ganhou um pseudônimo, agora se chamaria Ficteto, todos os outros onze
discípulos ganharam pseudônimos, Teeteto, Protágoras, Filolau, Górgias, Plínio,
Isócrates, Adolfo, O Grande, Luís Cláudio, O Breve, Pangloss, Roberval, e o
mais jovem, Abelardo, O Prodígio. Ficou decidido pela Associação que Everaldo
Blank não teria pseudônimo, uma vez que o arauto do Blankismo tinha que
divulgar seus escritos para todo o povo com seu nome verdadeiro. O Blankismo
agora também ganhava um comentador da obra de Everaldo Blank, que era o
discípulo Adolfo, O Grande, que ficou no encargo de fazer dois livros de
comentários à grande obra moral blankista, a Trilogia de Sistema de Moral de
Everaldo Blank, enquanto um outro discípulo faria a exegese filosófica do livro
de Aforismos, o discípulo Roberval, e os outros discípulos ficariam com outras
atribuições, desde obrigações burocráticas da Associação, como o trabalho na
internet de divulgação das ideias blankistas e da figura de Everaldo Blank, o
arauto do Blankismo.
Em meio à produção da teoria do conhecimento blankista,
Everaldo Blank, depois de terminar seu livro de retórica blankista, começou a
escrever seu tratado de política blankista, o Blankismo agora também viraria um
movimento político, pois Everaldo Blank ambicionava entrar para a política, e
logo começou a flertar com ideias e valores de extrema direita, contra a
legalização da maconha, do aborto, e contra a união homoafetiva, Blank era de
formação católica e tomista, evoluiu todo o seu sistema de moral blankista com
um fundo aristotélico, tomista e fundamentalmente católico, e suas ideias
políticas foram do liberalismo, caminharam para o conservadorismo, e enfim se
situou no TFP do reacionarismo, Tradição, Família e Propriedade, inicialmente
republicano, mas ao fim ele viraria monarquista, um defensor do retorno da
família real ao poder no Brasil. Mas, neste estágio inicial de construção do
pensamento político blankista, ainda vemos um reacionarismo dentro de uma ideia
de República ditatorial e de valores cristãos contra a degeneração moral dos
costumes.
Os estudos de moral e cívica também passam a fazer parte do
programa pedagógico blankista e da Associação Iluminada Blankista, agora também
com um projeto de livro pedagógico com princípios de educação blankista, um
livro que foi produzido em um ano e publicado junto com o novo tratado político
conservador do Blankismo, novamente sem grande repercussão, mas amplamente
divulgado pelos apóstolos do conhecimento do movimento blankista, que agora
ganhava uma edição comentada pelo discípulo Adolfo, O Grande, da obra moral de
Everaldo Blank, livro este que ganha o título “Interpretação do Pensamento
Moral do Arauto Everaldo Blank”, comentário filosófico sobre os três tomos de
Sistema Moral Blankista, um panegírico dos valores da filosofia moral blankista
e extensão dos estudos morais da Associação Iluminada Blankista.
Everaldo Blank, munido de seu dom visionário e de seu pendor
missionário, junto com os doze apóstolos do conhecimento, criou uma
bibliografia que seria o códice blankista, que reunia as obras de Everaldo
Blank publicadas até então, e uma coletânea de artigos morais, políticos e de
natureza ficcional, Blank publica aos vinte e um anos, também, sua incursão no
mundo literário, um livro de contos e um romance sobre o Santo Graal, seus
artigos começam a ser publicados em jornais e Everaldo Blank se torna
jornalista, grava um disco ao piano com sonatas e pequenas peças de influência
em Ludwig Van Beethoven, e trabalhava na composição de uma sinfonia na
partitura, sua Sonata Opus Gloriam Dei vira sua composição inicial e mais
emblemática na sua obra musical, e o Blankismo logo ganha um Tratado sobre
Música Blankista, de cento e vinte páginas, que é um apanhado da concepção
filosófica de Everaldo Blank sobre a música e o que seria a música clássica
blankista, neste mesmo ano sai o livro de comentários aos aforismos de Everaldo
Blank, feito pelo seu discípulo Roberval, cujo título era “Comentário
Filosófico dos Aforismos do Arauto Everaldo Blank”.
O Blankismo ganhava todo um corpus philosophorum, tanto da
obra de Everaldo Blank, como também de seus dois comentadores, Adolfo, O Grande,
e Roberval, este último que agora se dedicaria a comentar a obra musical e o
trabalho político-filosófico do grande arauto do movimento filosófico
Blankista, Adolfo, O Grande, produziria um novo comentário sobre a obra de
filosofia moral blankista, e Luís Cláudio, O Breve, seria uma espécie de
guardião dos princípios gerais do Blankismo, encarregado de memorizar todo o
pequeno opúsculo no qual tais princípios estavam codificados. O Blankismo tinha
um objetivo de propagar a filosofia blankista para todo o povo, e Everaldo
Blank gostava de reforçar esta missão de sua Associação Iluminada Blankista.
Aos vinte e dois anos Everaldo Blank conclui seus dois
volumes de teoria do conhecimento blankista, cujos títulos são Da Sensação, e
Empirismo Material, aonde ele sai de sua influência cartesiana inicial e flerta
com um empirismo inglês requentado, com tiques lockianos e ecos de Berkeley e
Hume em muitos de seus trechos escritos, sua teoria da sensação e de
conhecimento empírico também eram influenciados pelo seu estudo de composição
da luz e dos buracos negros e da gravitação universal, e seus estudos
matemáticos também ganham uma versão em livro, Análise Matemática Blankista, em
que se viam equações e alguns exercícios de geometria analítica, e seus estudos
de física são lançados quando ele completa vinte e três anos, ano em que ele
ganha o diploma de bacharel e licenciado em Filosofia, seu livro Física
Blankista da Matéria é lançado, e a Associação Iluminada Blankista amplia o
corpus philosophorum, além destas novas obras, com um trabalho de monografia de
Everaldo Blank sobre a Fenomenologia do Espírito de Hegel.
Seu pensamento político ganha um novo lançamento, Tratado do
Conservadorismo Cristão, e sua militância política o faz se filiar ao PTB,
Everaldo Blank começa a contestar várias causas com as quais ele discordava, e
vê na estrutura jurídica brasileira uma oportunidade para peticionar por suas
causas e combater o que ele reprovava. Seu primeiro embate é com a Teologia da
Libertação, ele entra com um processo judicial contra um Frei por blasfêmia e
proselitismo anticristão, perde o processo, que é arquivado. Everaldo Blank
logo entra em choque com movimentos civis de afirmação de minorias perseguidas,
como o movimento LGBT e políticas antirracistas, também entra em conflito com o
movimento feminista a favor do aborto e contra a marcha da maconha.
Everaldo Blank logo vira uma espécie de contestador
sistemático que se imiscui dentro do universo processual e recursal da Justiça
brasileira, e passa a usar todos os recursos processuais da esfera civil do
Direito Brasileiro, sempre em relação a causas que lhe afetavam politicamente,
ideologicamente e moralmente. Seu primeiro grande processo é impetrar uma ação
indenizatória contra o movimento de legalização do aborto, ele processa um
movimento feminista e perde a causa por insuficiência de provas contra a líder
feminista Mônica, que tinha sido acusada por Everaldo Blank de ter feito dois
abortos ilegais e incentivado mais três mulheres do movimento feminista a
abortarem, por falta de provas, o processo foi arquivado, e Mônica desistiu de
pedir reparos por danos morais, pois percebeu que Everaldo Blank queria lucrar
em cima da Associação Feminista para ganhar recursos para a sua Associação
Iluminada Blankista. Plínio, um de seus discípulos, tinha se infiltrado no
movimento feminista para gravar áudios e tirar fotos, tanto na Associação
Feminista como nos movimentos de protesto pró-legalização do aborto, mas não
conseguiu evidências que pudessem incriminar Mônica e algumas de outras líderes
do movimento.
Everaldo Blank, depois destes processos contra defensores da
Teologia da Libertação e contra feministas pró-aborto, vira um ativista
judicial, acionando a Justiça nos mais diversos casos, numa atitude, em geral,
reacionária e de ultradireita, com ações impetradas para gerar polêmica, ele se
torna relativamente conhecido nos meios jurídicos, pois sua carga peticional
ganhava uma proporção cada vez maior, com ajuda de seus doze apóstolos do
conhecimento, e sua Associação Iluminada Blankista vira uma espécie de bunker
de conspiração contra movimentos de esquerda e de afirmação de direitos, as
causas judiciais de Everaldo Blank vão se tornando cada vez mais bizarras e
sensacionalistas, feitas para chamar a atenção, e seu intuito com isto era
tanto ganhar recursos para a sua Associação como ter repercussão e passar a
vender as suas obras, que até então só eram conhecidas pelo seu pequeno círculo
de discípulos e alguns poucos leitores, de pouco reconhecimento acadêmico e de
uma ambição muitas vezes sem fundamento ou tempo suficiente de maturação
filosófica.
Everaldo Blank, com uma posição de extrema direita, continua
então seu ativismo judicial, e entrou em polêmica política ao peticionar um
Habeas Corpus contra uma caça da Polícia Federal de dois ex-dirigentes
nazistas, tal ação estapafúrdia foi arquivada por ter bases insuficientes, e
Everaldo Blank logo voltou à carga com um Habeas Corpus para garantir a
publicação no Brasil do livro Os Protocolos dos Sábios de Sião, publicação considerada
antissemita, mais uma ação estapafúrdia que não deu em nada, mas ganhou
repercussão relativa no meio jornalístico, para além de sua fama no meio
judiciário, que já sabia de seu ativismo processual, e um jornalista de O Dia,
jornal do Rio de Janeiro, publicou um artigo sobre o ativismo judicial de
Everaldo Blank, intitulado, “Everaldo Blank é um impostor da Justiça”, era o
jornalista Paulo Fontes, que, depois de publicado o artigo, foi processado por
Everaldo Blank, para apagar a publicação, mas Paulo recorreu e conseguiu manter
os direitos sobre a matéria publicada.
Paulo Fontes seguiu seu trabalho, enquanto Everaldo Blank
agora queria encampar uma candidatura à vereador pelo PTB para a sua cidade de
Campos dos Goytacazes, em 2000, aos vinte e três anos, Everaldo Blank sai
candidato a vereador pelo PTB, consegue 190 votos, não se elege, e se volta com
todas as suas energias para seu trabalho na Associação Iluminada Blankista, na
qual agora ele queria fazer um trabalho melhor de divulgação de sua obra
filosófica, ele tenta contatos dentro do próprio PTB para ter uma melhor
visibilidade no partido, mas suas propostas eram consideradas exóticas por
parte do partido, sendo Everaldo no máximo tolerado dentro da direção, mais um
candidato comum a vereador que não teria muito futuro. Everaldo Blank, no
entanto, tinha outros planos e ambições, queria construir uma carreira política
de vulto, assim como ainda lutava para ser reconhecido como pensador e
filósofo, tanto entre seus pares do meio acadêmico, como pela massa crítica do
pensamento público, e seu ativismo judicial era um dos meios que ele utilizava
para divulgar as suas ideias e causas.
Paulo Fontes recebe outro processo de Everaldo Blank, desta
vez por uma reportagem sobre a Associação Iluminada Blankista que Blank acusou
como difamatória, Paulo recorre e o processo é arquivado, as menções à seita de
Blank na reportagem são consideradas meramente de caráter descritivo. Blank
processa novamente as feministas, desta vez outra organização pró-aborto, esta
de São Paulo, acusada por Blank de incentivar o aborto ilegal, o processo é
arquivado, pois o juiz considera que a organização apenas se posicionava
politicamente, sem, no entanto, induzir mulheres a fazer aborto ilegal, uma vez
que o estatuto da organização não mencionava tal prática como recomendável,
apenas como fonte de ilustração para traçar suas estratégias e políticas.
Em 2001, Everaldo Blank começa um périplo para virar
palestrante de sua obra filosófica, consegue um convite para fazer um curso de
Blankismo em Campos dos Goytacazes, chega ao auditório, e lá estava o operador
de som, sua mãe e os doze apóstolos do conhecimento, seus discípulos, membros
da Associação Iluminada Blankista, e sua primeira palestra é um fracasso,
Abelardo, O Prodígio, se põe a declamar poesia, no final, e depois lê o
opúsculo dos princípios gerais do Blankismo para uma plateia vazia. Everaldo
Blank volta então suas forças para seu ativismo judicial e suas ambições
políticas, entra em contato com a direção do PTB em Campos dos Goytacazes para
se lançar candidato a deputado federal, cria um estatuto próprio para sua
plataforma política, mas não convence a direção, que pretendia lançá-lo
novamente para candidato a vereador, e lhe oferece uma suplência de um futuro
candidato a deputado estadual, o qual ele declina e prefere sair candidato a
vereador em 2004, agora com um prometido apoio maior da direção local de Campos
dos Goytacazes e do tesoureiro do PTB estadual do Rio de Janeiro.
Everaldo Blank encampa mais um processo contra a feminista e
abortista Mônica que, desta vez, se vê em meio a provas forjadas de aborto
ilegal feitas sorrateiramente pelo discípulo de Blank, Plínio, e Mônica
consegue uma absolvição, mas é obrigada a fazer trabalho voluntário para a
Associação Iluminada Blankista, que pede uma ação indenizatória em seguida,
forjando um roubo ao tesouro da Associação, acusando Mônica de furto, ela se
revolta, consegue obter provas de que se tratava de uma farsa feita por
Everaldo Blank, e ganha uma pequena indenização por danos morais, Everaldo
Blank, que não tinha salário fixo, acaba se endividando no banco para pagar
Mônica, que volta à sua fundação que ela tinha organizado recentemente, e tinha
um sorriso no rosto ao ter conseguido provar que Everaldo Blank tinha
interesses escusos e que era um ativista judicial profissional, suas causas
eram pretextos para extorquir as pessoas.
Everaldo Blank então entra, desta vez, com um processo contra
uma jornalista de Campos dos Goytacazes, Vera Sampaio, por danos morais por uma
matéria dela sobre mistificação na Associação Iluminada Blankista, que ela cita
no texto como “um arremedo de escola filosófica que é um mistifório de
mistificações, falácias e que vivia da renda de processos judiciais
estrambóticos”. Everaldo Blank não consegue vencer, Vera consegue manter a
matéria ativa e a poderia usar e divulgar quando quisesse ou bem entendesse.
Vera então produz mais uma matéria, desta vez sobre o ativismo judicial de
Everaldo Blank, intitulado “Como jantei Everaldo Blank”, ela é processada
novamente, por calúnia e difamação, o juiz não considera a matéria ofensiva e
diz que a liberdade de expressão era um valor a ser defendido pela justiça, o
processo é indeferido.
Everaldo Blank se revolta e manda Plínio investigar a vida de
Vera Sampaio, Plínio descobre sua ligação com o movimento da marcha da maconha,
Plínio então decide armar um flagrante em Vera por porte de drogas, vai ao
jornal de Vera, entra sorrateiramente, e coloca duas trouxinhas de maconha e um
pino de cocaína em sua bolsa, uma vez que Plínio disse que estava ali para ir
aos arquivos do jornal para fazer uma pesquisa, conversa pessoalmente com Vera,
sem ela saber do que se tratava, distrai Vera enquanto planta o flagrante em
sua bolsa, uma hora depois, por denúncia anônima feita por Plínio, Vera Sampaio
é presa em flagrante por porte de substância entorpecente, o movimento da
marcha da maconha reage e decide fazer um levantamento do fato, já desconfiando
de que o problema tinha sido causado por Everaldo Blank e sua famigerada
Associação Iluminada Blankista. Vera paga uma fiança e é solta e orienta o
grupo da marcha da maconha a investigar os passos de Everaldo Blank, a marcha
da maconha então contrata um detetive para se infiltrar na Associação de
Everaldo Blank, mas o detetive, depois de um mês, não encontra provas contra
Everaldo, e Vera e seu grupo desistem da investigação.
Everaldo Blank, agora já em 2002, sem a sua candidatura para
deputado federal e sem ter aceito a suplência em uma candidatura para deputado estadual
pelo PTB, decide radicalizar as suas causas e seu ativismo judicial e se volta
contra a marcha da maconha, volta à carga contra o movimento a favor da
legalização do aborto e mira também no movimento LGBT e se posiciona contra a
união homoafetiva, decide criar sua plataforma política neste sentido, se
autointitula católico fervoroso e praticante e leva a sua obra filosófica para
fora do circuito de sua Associação e a divulga dentro do PTB e se junta ao
tesoureiro estadual do partido para conseguir uma boa divulgação de seus
livros, pois ainda não tinha conseguido grande repercussão, pois acabou sendo
mais conhecido pelo seu ativismo judicial do que como pensador, uma vez que as
menções sobre este seu lado na imprensa era pequena, comparada à sua fama
relativa de processar Deus e o mundo.
A divulgação é feita pelo tesoureiro por uma editora que
tinha relações com o PTB e toda a obra de Everaldo Blank acaba sendo
republicada em novas edições em 2003. Desta vez, seus escritos têm uma
repercussão relativa, tanto em Campos dos Goytacazes como no próprio Rio de
Janeiro, mas na parte de crítica acadêmica, acaba sendo uma obra que foi
recebida como piada filosófica e mistificação conceitual saturada de ideias
falaciosas e sem fundamento verdadeiro, em geral, um fundo afetado de
aristotelismo requentado por retórica redundante, na verdade, no jargão
filosófico, Everaldo Blank sofria de síndrome do grande gênio e era, por fim,
uma espécie de pseudo-sábio metido a guru.
Everaldo Blank passa a divulgar em dez palestras seguidas em
Campos dos Goytacazes seus escritos que foram reeditados e republicados, se
concentra em seus volumes morais e políticos, Everaldo demonstra afetação
nestas palestras e acaba sendo arguido por um grupo de acadêmicos que foram a
estas palestras com intenções de ridicularizá-lo, e em meio de aporias
inúmeras, Everaldo tartamudeia e o resultado das palestras é uma catástrofe,
Vera Sampaio volta à carga e escreve um artigo fazendo troça de Everaldo Blank,
e logo em seguida Vera e seu jornal, junto com a marcha da maconha, entra com
um processo por forja de provas na Associação iluminada Blankista que foi para
incriminar Vera injustamente. Blank recorre e, desta vez, vence o processo
contra Vera, que nunca conseguiu provar a armação que ele tinha feito para ela
no porte de drogas, enquanto Vera vence mais uma em relação ao artigo que ela havia
publicado, com liberdade de escrever o que bem entendesse sobre a Associação de
Blank e seu fiasco nas palestras, e sua fama no meio acadêmico como um palhaço
verboso, falso profeta, e líder de um movimento filosófico imaginário.
Em 2003 ele processa um movimento LGBT carioca por incentivo
de união homoafetiva, processa a marcha da maconha por apologia de uso ilegal
de drogas e incentivo da fornicação sem camisinha e processa mais uma vez a fundação
feminista pró-aborto de Mônica, ele processa também Paulo Fontes por outro
artigo dele, este intitulado “Everaldo Blank é um fiasco acadêmico”, Vera
Sampaio se junta a Paulo Fontes e publica uma reportagem sobre a Associação
Iluminada Blankista, nesta reportagem a vida dele e de seus discípulos é
devassada, e Vera acusa Everaldo mais uma vez de ter plantado provas e de
misoginia contra Mônica, que era perseguida por ele já há alguns anos. Everaldo
processa novamente Vera Sampaio, perde, e um grupo de neointegralistas entra em
contato com Everaldo Blank, propondo uma aliança.
A marcha da maconha vence o processo contra Everaldo Blank, a
liberdade de expressão é uma garantia constitucional, a fundação de Mônica
também derruba mais um processo de Everaldo Blank, o meio acadêmico também
acaba sendo processado por Everaldo por conluio contra suas palestras, que ele
acusa de ter sido divulgada num artigo acadêmico difamatório, artigo este que
nunca existiu e o processo é indeferido. O movimento LGBT ganha o processo
contra Everaldo Blank. Chega 2004, e sua aliança com os neointegralistas é
firmada, o gabinete deles vira um novo bunker da plataforma política de
Everaldo Blank e sua nova candidatura a vereador pelo PTB ganha o apoio de uma
destas organizações, esta localizada na capital, Rio de Janeiro, a “Anauê
Gloriosa”, e Everaldo, mesmo com um apoio maior, e um financiamento público
robusto pelo apoio direto do tesoureiro estadual do PTB, consegue apenas 330
votos e não se elege mais uma vez. Ele começa a ler Richard Dawkins e tem uma
metanoia, Everaldo Blank vira um ateu convicto.
Ele então se coloca a escrever uma obra de moral ateísta,
também com fundo aristotélico, renega seus escritos católicos, e produz durante
os próximos três anos um tratado moral ateísta em dois volumes, um manual
prático de ateísmo militante, e um tratado político laico, consegue criar uma
teoria do conhecimento materialista e escreve um novo livro de física da luz,
do som e de fenômenos de gravitação e formação de buracos negros. A relação da
Associação iluminada Blankista com a Anauê Gloriosa se aprofunda, o conluio
agora se concentra contra jornalistas e a esquerda política, um deputado
estadual petista é processado por tráfico de influência que não é provado e
Everaldo tem que pagar uma indenização ao deputado, Everaldo decide entrar com
um processo contra o jornalista Estevão Albuquerque que divulga a relação
estrita entre os blankistas e os neointegralistas, no qual Estevão levanta
suspeitas do ativismo judicial de Everaldo mais uma vez, Everaldo perde o
processo e cria um processo estrambótico para indenização dos descendentes de proprietários
de escravos que perderam suas posses na Lei Áurea, o processo é indeferido e
vira piada. Um processo pela criminalização da prostituição também é derrubado,
mais um processo contra feministas, desta vez o movimento Femen, por atentado
público ao pudor, também é derrubado.
Um processo chega ao Supremo, de autoria também de Everaldo
Blank, desta vez contra a autorização para biografias, Blank participa de uma
audiência, e tinha a intenção de anular a ação de editores que havia conseguido
a liberação de biografias não autorizadas, uma matéria em O Globo sobre a
polêmica de Everaldo Blank sobre a Lei Áurea leva o mesmo a processar o jornal,
a ordem é apagar o parágrafo da reportagem que relata que a Associação
Iluminada Blankista propôs uma alteração da Lei Áurea, de 1888, para indenizar economicamente
os afetados com a libertação dos escravos no Brasil, ele perde o processo.
Blank também processou, logo em seguida, a revista eletrônica Justiça Brasil, e
perdeu, Everaldo acusava a revista de mencioná-lo como ativista judicial de
extrema-direita, contrário à legalização do aborto e à união homoafetiva, e
favorável a causas nazistas e à criminalização da prostituição. A juíza Bianca
Fontes Silva, de uma Comarca do Rio de Janeiro, capital, entendeu que notícias
sobre a vida de quem participa ativamente na esfera pública são de interesse
público, e em seu processo disse que o autor do processo “atua defendendo
causas reacionárias e fazendo polêmicas, com posições discriminatórias e de
extrema-direita”.
Everaldo Blank segue seu périplo em 2006, desta vez consegue
descolar uma candidatura a deputado federal organiza um gabinete de campanha
com a sua Associação Iluminada Blankista e a Anauê Gloriosa, sua campanha
naufraga em irrelevância, e mais uma vez ele não se elege, a direção do partido,
já em 2007, descobre esta ligação umbilical de Everaldo Blank com o
neointegralismo e a direção nacional do PTB decide por sua expulsão sumária,
pouco depois, no fim de 2007, Everaldo Blank, ex-católico e agora ateu
convicto, deixa de ser um republicano reacionário a favor da ditadura militar e
tem uma nova metanoia, desta vez se torna monarquista, sonhando com o retorno
dos Orleans e Bragança ao trono do reino, em uma monarquia renovada, com o fim
da democracia liberal e da Nova República. Blank, já em 2008, ajuizou no
Supremo Tribunal Federal um Habeas Corpus contra decisão da 2ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça que negou-lhe o direito de usar o escritório
modelo da Universidade Federal do Rio de Janeiro para mover uma Ação Popular proibindo
a aplicação de verbas públicas na organização da Parada de Orgulho Gay no Rio.
Em seguida, Everaldo Blank foi proibido pela direção da Faculdade de Direito da
Universidade Federal do Rio de Janeiro de se apresentar dentro da instituição
como advogado patrocinador de uma Ação Popular contra a utilização de verbas
públicas na Parada do Orgulho Gay, Everaldo Blank atuava no Escritório Modelo
da Faculdade, destinado a pessoas de baixa renda.
Até 2010, o Jusbrasil encontrou 255 processos de Everaldo
Blank nos Diários Oficiais. Dentre os inúmeros processos, uma grande
concentração deles contra movimentos feministas que eram a favor da legalização
do aborto e movimentos feministas em geral como o Femen, contra a marcha da
maconha, contra o movimento LGBT, contra jornalistas, contra universidades, contra
o movimento negro, contra os defensores da liberdade de imprensa, contra os
ambientalistas, contra o movimento de liberação das biografias, contra pessoas
da esquerda política, contra o movimento indígena, contra os movimentos
socialistas, contra a proibição de divulgação de material a favor da intervenção
militar, contra a proibição de apologia ao nazismo, contra a Lei Áurea, contra
documentos que liberem o sigilo militar nos tempos da ditadura, contra o
movimento quilombola, contra o satanismo em bandas de rock brasileiras, contra
práticas espirituais de cunho africano, contra advogados, contra repórteres,
contra a Teologia da Libertação, contra a CNBB, contra o sindicato dos
jornalistas, e contra os defensores do livre acesso ao arquivo nacional,
alegando que havia documentos sigilosos que não poderiam ser divulgados. Vendo
este ativismo judicial, o jornalista Andrew Barros não se conteve e escreveu um
artigo que publicou em seu blog, o Tribuna Viva, intitulado “Everaldo Blank
Contra O Mundo”, no qual descreve, com humor, o ativismo judicial incontinente de
Everaldo Blank, que é descrito no artigo como um oportunista e arrivista
jurídico, hipossuficiente e ávido por viver de renda do erário e de extorsão
através de processos estrambóticos ricos de invencionice.
Em 2012, o processo contra o jornalista Andrew Barros chega a
julgamento, Andrew contrata o advogado Pierre de Bourbon Orleans, que era
descendente direto da família real brasileira, a família Orleans e Bragança, os
dois vão à audiência, Pierre de Bourbon prepara a defesa de Andrew, Everaldo
Blank impetrava a retirada do artigo do blog Tribuna Viva, e pedia uma
indenização por danos morais, o processo se estende por algumas semanas, Pierre
de Bourbon apresenta a defesa de Andrew ao juiz, o texto de Pierre é certeiro e
suas falas são calmas, enquanto Everaldo Blank, na presença de Andrew Barros, e
em frente ao juiz, ele que era agora um monarquista convicto, descobre, durante
a audiência, que Pierre de Bourbon era da família Orleans e Bragança, e começa
a atuar como um sabujo de Pierre, perguntando sobre a família real e sua
ascendência.
Fascinado por estar travando uma conversa com um Orleans e
Bragança, os gestos de Everaldo Blank logo se tornam patéticos, e Pierre aproveita
a deixa para discorrer a defesa de Andrew Barros sem muita interferência da
impetração de Everaldo Blank. Pierre de Bourbon convence o juiz de que não
havia dano moral ao impetrante, mas que afiançou, no entanto, a retirada do
artigo “Everaldo Blank Contra O Mundo” do blog Tribuna Viva, enquanto Everaldo
Blank se dirigia a Pierre de Bourbon como “Sua Alteza” de um modo caricato e qual
um lacaio que tinha descoberto seu ídolo. O processo é arquivado, o artigo
acaba sendo retirado do blog Tribuna Viva, Andrew Barros se dá por satisfeito,
pois já tinha provocado Everaldo Blank o suficiente, e este termina a audiência
se dirigindo a Pierre de Bourbon como “Sua Alteza” até ao fim da audiência.
Pierre de Bourbon cumpre a sua missão, e Everaldo Blank continua a sua vida de
ativista judicial na sua luta reacionária contra o mundo.
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Contos Psicodélicos – Volume I (pronto em 04/05/2020)