Plêiade, poesia insepulta
do vitral.
Retábulo de artes sacras,
sacramento do desbunde
em poesia e bacanal.
Ódio ao artista
sem trabalho profícuo.
Vinho mesmerizante
na silente dor
de um cântico
para o éden.
Sou mais que eu mesmo
no iluminado sol
nirvânico,
samsara é a lástima,
quantas vidas passam
obrando o nada?
Vamos nos perder no vazio,
a alma profunda
do lótus
é o universo
sem fardo,
o verso
sem enfado,
e o cristal
da liberdade.
02/04/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
segunda-feira, 2 de abril de 2012
CARTA SEM DESTINO
A vida plana
em mistério
oculto
segredo
de vidas.
Vamos ao céu,
sofreguidão
sem véu,
veste nua
do corpo
sem alma,
tempestade
tonitruante
de almas
sem corpo.
Quão profundo
vai a poesia?
Quão sólida
é a visão?
Prefiro o dia certo,
a coisa explicada,
a vida sem mistério.
Não tenho no caminho
a confusão do coração,
este que é poeta
suicidou-se
na paixão.
02/04/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
em mistério
oculto
segredo
de vidas.
Vamos ao céu,
sofreguidão
sem véu,
veste nua
do corpo
sem alma,
tempestade
tonitruante
de almas
sem corpo.
Quão profundo
vai a poesia?
Quão sólida
é a visão?
Prefiro o dia certo,
a coisa explicada,
a vida sem mistério.
Não tenho no caminho
a confusão do coração,
este que é poeta
suicidou-se
na paixão.
02/04/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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SENTIDO INESPERADO
Onde a louvável juventude
se abriu em vestes vetustas?
Como se abre o dia
e a ventania se abre.
Onde a visão da bruma
inda nua anda na rua.
De ontem ou nunca
se fez poema.
Uma nuvem vestiu-se
de tempestade
na meia-noite
da areia.
O tempo de clausura
onde os versos
explodem.
O tempo de amargura
onde o poeta
implode.
Quantas são as nobres ambições?
O que quero quando verso?
Quais versos eu quero perto?
Não sei de nada deste vil sonho
de poeta e poesia.
O poema é um estalo
da vida
que o pensamento
cobre de relva.
02/04/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
se abriu em vestes vetustas?
Como se abre o dia
e a ventania se abre.
Onde a visão da bruma
inda nua anda na rua.
De ontem ou nunca
se fez poema.
Uma nuvem vestiu-se
de tempestade
na meia-noite
da areia.
O tempo de clausura
onde os versos
explodem.
O tempo de amargura
onde o poeta
implode.
Quantas são as nobres ambições?
O que quero quando verso?
Quais versos eu quero perto?
Não sei de nada deste vil sonho
de poeta e poesia.
O poema é um estalo
da vida
que o pensamento
cobre de relva.
02/04/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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domingo, 1 de abril de 2012
A BOA LUTA DO GOVERNO DILMA
Dilma foi uma criação de Lula para a sucessão de seu governo, Lula apostou e ganhou, o PT está em sua terceira legislatura. O grande problema ou virtude é que Dilma logo tentou se “descolar” da imagem de Lula. O primeiro ano do governo Dilma foi turbulento, politicamente e economicamente. Na política, escândalos de corrupção em vários ministérios e as consequentes demissões dos ministros envolvidos. Na economia, um baixo crescimento em 2011 e a inflação batendo o teto da meta.
Dilma, criatura de Lula, ganhou as eleições e levou consigo uma ampla base aliada. Porém, logo o problemático presidencialismo de coalizão revelou o seu verdadeiro significado: toma lá dá cá, fisiologismo e clientelismo. A herança maldita de Lula reverberou no governo Dilma, e Dilma se viu obrigada a romper com o paradigma do lulopetismo e se tornar ela mesma, não apenas uma criatura artificial inventada por Lula.
Logo se criou o mito de uma “faxina” ética. Lembrando que esta não foi deliberada pela presidenta, mas sim o efeito de escândalos entre ministros na mídia, ela não deliberou combater a corrupção ministerial, ela foi obrigada a isto ipso facto. Foi neste ínterim que Dilma ganhou apoio popular massivo a favor de sua luta contra as engrenagens fisiológicas da velha política do lulopetismo pós-mensalão.
Este ano não foi muito diferente, as demissões ministeriais ficaram para trás. Agora Dilma se vê numa batalha campal contra setores da velha política de raposas, caciques e quejandos. O PR esperneou e saiu da base aliada depois de não ter tido sucesso nas suas sugestões de nomes para o Ministério dos Transportes, os senadores do PR foram para a oposição, uma vez que Dilma só aceitava o nome de Blairo Maggi (PR-MT) para o cargo ministerial e o mesmo não quis deixar suas atividades privadas para assumir os Transportes. A crise agora saía da simples questão de remanejamento ou higiene ética nos ministérios para uma luta dentro do Senado que resultou na derrota do Executivo na Casa, o nome indicado pela presidenta para a direção-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo, fora recusado pelo Senado. Dilma ficou irritada, mas aceitou a sua primeira derrota no Parlamento.
Num movimento ousado e perigoso, Dilma respondeu tal rebeldia da base aliada com a retirada de Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo no Senado Federal, colocando em seu lugar o senador e ex-governador do Amazonas, Eduardo Braga também do PMDB. O xadrez político então ficou bem disputado, logo as velhas raposas se mexeram e colocaram o nome de Jucá como relator-geral do Projeto de Lei Orçamentária de 2013, José Sarney e Renan Calheiros não dormiram em serviço. Logo depois, outro enfrentamento de Dilma, saiu o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) da liderança do governo na Câmara e entrou Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ficou um rumor tão grande logo após estes movimentos bruscos do xadrez político, que as discussões e votações da Lei Geral da Copa e do Novo Código Florestal foram adiadas uma semana até a poeira baixar.
Lula, depois destes fatos, declarou que Dilma estava fazendo uma boa luta, isto é, os tempos mudaram, e agora o fisiologismo e o clientelismo devem dar lugar ao interesse público, será que vai dar certo? Dilma é uma pessoa corajosa que, apesar de ser inexperiente politicamente, tem capacidade de gestão e está empenhada em mudar os rumos desta política obscura do toma lá, dá cá.
Dilma terá de enfrentar velhas raposas e caciques vitalícios da nossa política nacional, o conflito já está aí, os efeitos colaterais deste combate pode ser a fissura irreversível da ampla base aliada construída nas eleições de 2010, mas se o resultado for o fim do fisiologismo e do clientelismo, por que não?
01/04/2012
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
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