“O portador da Luz” chegou:
__ Basta acampar os notívagos do chão, do subterrâneo vem o sofrer, à superfície eles querem volver ... (Falou o criador do inferno, o criador da argúcia, ele, o dono da palavra que ali roía os ossos de mais um – A Inveja!)
Sejais funestos, rubra veemência,
No cárcere, eis:
“Gladiadores, os loucos férreos
Que à noite se comprazem do instinto,
Ali gritava o subterrâneo ...
Enfim a tempestade do castigo
Sobre o orgulho de Lúcifer ...”
__ Por todas as terras devastadas, o desvario ali gritava, venham mordazes! Tudo se fez para vocês, os altiplanos são sonhos, são delírios ...
A beleza do Anjo, o capital chamado solidão.
Tomaste o meu cajado? Te Deum ...
Eu sou o Belo, o Anjo, pendia de minha boca
A serpente, tive meu coração destroçado
Pelo Infinito, Deus assim o quis,
E onde fui pensando ser livre?
Senhor da decisão?
Por acaso pensei: “Eu sou livre!”
Eu quis destroçar o meu coração?
__ Ali a serpente se enfurnou, minha língua era a Blasfêmia ...
“Fallen Angel of Doom”
A lua era a sombra, a lua que não tem almas,
Ali só ficam os sem-Deus ...
Assim falou o Desgraçado
Para onde vais? Dai a César o que lhe convir,
Dai ao honrado a honra, e deixai o invejoso queimar ...
Dai o céu teu, e não direi o céu teu ...
Dai o inferno teu, e direi o inferno teu ...
Mas, uma e a mesma verdade: sou terra, sangue e veia.
Observai bem os audazes, não os cômodos,
Olhai bem e sinta o despudor
Cai o sem-céu, o sem-Deus ...
Vem um versinho de langor e lamento:
“Nas horas que correm, tudo sempre esteve,
Nas horas que correm, tudo sempre está e estará ...
Perdi o meu olho triste para um maldoso duende,
Perdi o riso e o dei ao Corcunda,
Eu o vi com os ombros e o riso infernal.”
Mas ... calai-vos, idiotas! A sangria do vinho foi um delírio?
sábado, 15 de maio de 2010
NÊNIA
Se assevere agora do falso testemunho
Perante a necrofilia dos combates,
Se tua alma cantava nas trevas apavorada,
Se a dor de abster-se de algo
Seria um medo evitável praticando o vício,
Daí não se importar quando ou onde
Se deu um inferno de vontades subterrâneas
Que te levaram à loucura.
O feitiço daquelas orgias do passado
Se tornando delírio e vergonha,
Se os astros já não cintilam
Dentro de teus olhos,
Ladrão silvícola,
Homem de selvageria,
Ferro de assombro sob lágrimas e vento,
Teu infortúnio era cair na terra condenada
Dos prisioneiros macilentos que
Foram olvido, sacrilégio da espécie,
Homem, que entregue à embriaguez
É uma inspiração forte
Tal é a arte de Michelangelo.
Perante a necrofilia dos combates,
Se tua alma cantava nas trevas apavorada,
Se a dor de abster-se de algo
Seria um medo evitável praticando o vício,
Daí não se importar quando ou onde
Se deu um inferno de vontades subterrâneas
Que te levaram à loucura.
O feitiço daquelas orgias do passado
Se tornando delírio e vergonha,
Se os astros já não cintilam
Dentro de teus olhos,
Ladrão silvícola,
Homem de selvageria,
Ferro de assombro sob lágrimas e vento,
Teu infortúnio era cair na terra condenada
Dos prisioneiros macilentos que
Foram olvido, sacrilégio da espécie,
Homem, que entregue à embriaguez
É uma inspiração forte
Tal é a arte de Michelangelo.
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domingo, 9 de maio de 2010
NECESSIDADE DO OCASO DOS CORPOS
Há tempos que eu pensei em um fim de minha vida,
Eu que tive sonhos de encontrar a matemática dos astros
E a mecânica perfeita sob o caos dos átomos,
Eu que anunciei aos transeuntes da rua ao lado
A perdição de um dia sem sol,
Eu que bebi a tempestade e que delirava
Por um doce lar na estação do verão,
Eu que observei com olhos de cientista
Os menores espasmos da natureza,
Eu que olhei para o nada ao ver o horizonte
E ter nele o mundo que nunca verei,
Eu que estive com febre ao olhar calendários
De mulheres gostosas seminuas,
Eu que não me preocupei com o que me bastasse
Porque nada nunca me bastou,
Eu que montei nos cavalos selvagens
E que enfrentei o leão da montanha,
Eu que cavei areia nos desertos
Para montar castelos tão vulneráveis
Quanto o corpo humano,
Eu que nunca aprendi um instrumento musical
Por já querer ser músico
Sem notar as notas,
Eu que nunca parei para olhar o tempo
Porque ele nunca para,
Eu que, num instante de desejo,
Tive que sentir arder a minha alma
Nos meandros da libertinagem,
Eu que me descobri agora
Um homem digno da terra que me engolirá.
Eu que tive sonhos de encontrar a matemática dos astros
E a mecânica perfeita sob o caos dos átomos,
Eu que anunciei aos transeuntes da rua ao lado
A perdição de um dia sem sol,
Eu que bebi a tempestade e que delirava
Por um doce lar na estação do verão,
Eu que observei com olhos de cientista
Os menores espasmos da natureza,
Eu que olhei para o nada ao ver o horizonte
E ter nele o mundo que nunca verei,
Eu que estive com febre ao olhar calendários
De mulheres gostosas seminuas,
Eu que não me preocupei com o que me bastasse
Porque nada nunca me bastou,
Eu que montei nos cavalos selvagens
E que enfrentei o leão da montanha,
Eu que cavei areia nos desertos
Para montar castelos tão vulneráveis
Quanto o corpo humano,
Eu que nunca aprendi um instrumento musical
Por já querer ser músico
Sem notar as notas,
Eu que nunca parei para olhar o tempo
Porque ele nunca para,
Eu que, num instante de desejo,
Tive que sentir arder a minha alma
Nos meandros da libertinagem,
Eu que me descobri agora
Um homem digno da terra que me engolirá.
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