PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 20 de novembro de 2016

A METAMORFOSE DE FRANZ KAFKA

“esta é a mágica de Kafka, fazer de um mínimo um infinito para a crítica e o leitor.”

FRANZ KAFKA E A METAMORFOSE
Franz Kafka nasceu em Praga, no Império Austro-Húngaro, que atualmente é a República Tcheca, em 3 de julho de 1883, e veio a falecer onde hoje é a atual Áustria, em 3 de junho de 1924. Kafka escrevia na língua alemã, e foi um autor de romances e contos, e que veio a se tornar um dos mais influentes escritores do século XX, e isso com êxito grande em toda a crítica literária. Grande parte da obra de Kafka, que envolve livros emblemáticos como A Metamorfose, O Processo e O Castelo, é um trabalho literário que tem temas como a alienação e o embrutecimento psicológico e físico, a burocracia, e isso tanto como alegoria como algo bem concreto, e que podem ter como conteúdo conflitos familiares, personagens com vidas terríveis, envolvidas em tramas insuportáveis, e que vai da citada perdição burocrática da vida concreta até a verdadeiras mutações de cunho místico.
A Metamorfose (Die Verwandlung em alemão) é uma novela de Franz Kafka, que foi publicada pela primeira vez em 1915, e que vem a ser um dos textos mais comentados, conhecidos e estudados da obra kafkiana, tendo sido escrita, na verdade, em novembro de 1912, num espaço de 20 dias para a sua conclusão.
GREGOR SAMSA
Gregor Samsa é o personagem principal desta estória, e que de caixeiro-viajante, dedicado a pagar uma dívida financeira familiar com o seu trabalho, se vê diante de sua metamorfose no que pode ser entendido como um tipo de inseto. Gregor, quando começa toda a estória, tinha despertado pela manhã após ter tido sonhos intranquilos. Sua divisão se dá entre o que era e o que veio a se tornar, e isso numa linguagem alegórica, repleta de interpretações que podem ir de psicologismos a uma transformação diabólica, como em algo concreto, literal, como faz transparecer nesta narrativa insólita e original que é o livro A Metamorfose.
A rotina de caixeiro-viajante de Gregor Samsa repetia a do padrão do trabalho alienado, mas que tinha uma segurança típica de estar garantindo o mínimo de uma vida regular, tanto para ele, como para a sua família, que tinha, além dele, sua mãe e seu pai, e sua irmã mais nova, todos no mesmo apartamento, e que tinham nele a fonte única de renda, uma vez que seu pai já estava aposentado, e sua irmã tinha apenas 17 anos. Ele tinha esta segurança, mas tal situação era frágil, e a narrativa deste conto kafkiano, se possui algum sentido além do absurdo da própria metamorfose, tem este de ser a exposição de que nenhuma segurança pode ser suficiente, a fragilidade de Gregor já vinha de sua atuação como caixeiro-viajante, e se torna literal com a sua mutação em um suposto inseto.
O SENTIDO ALEGÓRICO DO CONTO
A alegoria de inseto tem também o viés concreto, literal, e se se pode trabalhar assim na análise deste conto kafkiano, é bom termos esclarecidos o que esta metamorfose tem de sentido alegórico e o que tem de literal, uma vez que, a meu ver, este conto parece ter estas duas frentes de interpretação, as duas sendo de mesma importância para entendermos a que inseto nos referimos, e quem foi Gregor Samsa até esta mutação insólita, pois ele tem uma carga biográfica que o pode ter levado do despertar de sonhos intranquilos para uma nova vida desesperada de se ver, de uma hora para a outra, inutilizado pela sua nova forma agora inumana.
O sentido alegórico tem nesta carga biográfica seu meio de análise, pois se de caixeiro-viajante, Gregor se vê numa nova situação de inutilidade, como um suposto inseto, com seus movimentos, mobilidade e autonomia comprometidos, talvez em seu trabalho, que ele cumpria responsavelmente, algo de sua liberdade já estivesse bem combalida, pois da repetição desta rotina, ele tinha a segurança de sustentar a sua família, mas sua liberdade como homem sempre se viu neste limite entre o dever cego de sua atribuição, e a frustração de não ter para onde ir. Movimento e mobilidade que viram, enfim, do avesso quando Gregor desperta de seus sonhos intranquilos (sinal de que algo já não ia bem com ele), e está agora atado na cama numa nova condição que não é mais a humana, pois se sua liberdade como homem já não se via no seu trabalho automático de caixeiro-viajante, neste novo ser, então, ele passa de um aprisionamento moral de seu trabalho para uma prisão muito maior, que é a falta de autonomia física, tornado inseto.
De sua biografia aprisionada moralmente na responsabilidade do trabalho mais que comum, sem grandes sonhos, a falta de liberdade ganha contornos terríveis neste seu limite físico agora como um novo ser. E Gregor passa a analisar esta sua nova condição inumana, tenta primeiro se movimentar, mas o resultado é pífio. Como caixeiro-viajante, ironicamente, ele tinha que se mover em demasia, mas tinha um tipo de prisão da responsabilidade de pagar uma dívida familiar e garantir o mínimo em seu apartamento.
Gregor, então, de uma mobilidade de viajar a trabalho, escondia nisso sua conformidade com algo rotineiro, que estava em bom lugar, e só aparentemente, pois ao se ver como inseto, podemos ligar os pontos entre a sua profissão de caixeiro-viajante, com a sua metamorfose em inseto, e este é o sentido alegórico, as razões possivelmente ocultas de sua transformação, e a fronteira que vai de sua imobilidade moral para uma nova paralisação física como efeito colateral. E a relação que se faz é da ideia de impotência ao ver seus próprios movimentos e liberdade de locomoção comprometidos séria e gravemente.
A primeira percepção que se tem ao ler este conto de Kafka é se ver diante de um Gregor Samsa em luta com a sua própria mobilidade, sua liberdade, sua autonomia, e que tem na imagem de inseto um sentimento que ele já tinha como caixeiro-viajante, pois ao se mover em seu trabalho, na verdade Gregor tinha outros sonhos, e o que via, na verdade, eram apenas seus sonhos intranquilos de um trabalhador alienado, fazendo de tudo para se manter em conformidade com os costumes.
Mas, de um súbito, seu destino se revolta, e ele se vê distante de sua condição humana, virando pelo avesso tudo o que crera como real e estável, pois quando se torna um inseto, ele já não tinha toda esta segurança que achava ser real e palpável, e tem nesta sua luta por liberdade, um fim trágico, como inseto. Já não era mais um homem, já não tinha o pouco de liberdade que lhe restava, e está numa nova prisão em que tem que estudar o seu novo corpo na esperança vã de se recuperar em seus movimentos físicos.
Em seu quarto, Gregor inicia uma nova luta, e sua preocupação passa pelo trabalho, de que horas chegaria até ele, sem bem perceber que estava diante de um dilema bem mais grave, de que não tinha mais a condição humana, e de que sua aparência mudara para uma nova forma repugnante, e que iria atingir diretamente a sua própria família. A alegoria que se tem é o nexo entre a falta de liberdade que ele tinha como trabalhador e a sua nova forma de inseto, e o concreto é que isso estava de fato acontecendo, ele teria que se ver numa realidade transformada, e estudar as suas alternativas, que dali em diante seriam totalmente nulas, pois Gregor perdera o resto de liberdade que ele um dia almejara.
O SENTIDO LITERAL
O sentido literal pode partir da análise desta nova condição em si mesma, sem as razões de sua metamorfose em relação a sua biografia e seu trabalho, mas tomando sua forma de inseto como algo definitivo, concreto. A análise literal do conto agora já prescinde de pretensas interpretações entre o Gregor humano e este ser repugnante que se tornara, se concentrando nos dilemas próprios desta nova vida insólita que Gregor teria que, a partir deste dia, de enfrentar. Ou seja, Gregor em sua vida inumana e, paradoxalmente, ainda humano no terreno dos sentimentos.
Gregor está, por incrível que pareça, fisicamente numa forma que não é humana, mas tem ainda o coração de um homem, mas o conto vira uma trama em que isto não é compreendido pela família, que passa a lhe evitar, com a irmã lhe dando de comer sutilmente, e tendo Gregor no inferno de seu quarto como uma condenação para ele e também para a sua família, como numa espécie de nêmesis que não aparece como tal no conto, que é bem factual, sem grandes saltos especulativos, o que demanda prioridade, em certo momento, na interpretação literal mais do que a alegórica, que é mais uma pretensão da crítica do que um respeito ao que o texto diz sem necessariamente sugerir.
Pois Kafka pode fazer uma dupla frente em que o intérprete pode fazer o autor sugerir quando o mesmo deixa em aberto e reduz isto a uma descrição apenas do absurdo e da falta de sentido que tem um homem acordar metamorfoseado. A banalidade, aqui, talvez seja a de Kafka não exatamente sugerir, mas apenas descrever algo que pode erguer frentes forçadas de sugestão ao intérprete do conto.  E este é o paradoxo. Kafka descreve o que aos sentidos da crítica pode suscitar algo interminável, se nos afogarmos em sentidos alegóricos, por exemplo. Daí a preferência de citar a alegoria apenas como introdução, e descrever junto com Kafka, como ele descreve, algo literal para a estrutura deste conto, um homem que virou um ser repugnante, sem razões de ser, mas que foi assim. Ou seja, Kafka não dá razões, nem sugere, mas provoca um terremoto interpretativo com sua descrição seca.
E este conto kafkiano se desenvolve em uma trama perturbadoramente literal, não “se explica” nunca a metamorfose, isto é, razões não são apresentadas, a descrição, como eu disse, é seca, e esta secura já vem como um soco na clássica abertura do conto, quando Gregor Samsa “simplesmente” desperta de sonhos intranquilos e está agora como um suposto inseto, enredado numa bolha que é o seu quarto e sendo rechaçado pela sua família que, na verdade, não sabe bem se aquela forma repugnante é mesmo Gregor.
Todo o conto é o conflito entre a luta de Gregor por mobilidade, ainda com sentimentos humanos, embora nunca notados pelos que o cercam, e a luta familiar entre uma realidade humana e um ser estranho que agora habita o seu meio. E uma das coisas mais angustiantes deste conto é justamente o fato de Gregor não ter mais a forma humana, mas conservar no seu coração o conteúdo humano, o que também Kafka não explica. E uma boa narrativa é sempre esta que suscita ao apenas descrever, uma das melhores técnicas de contar uma boa estória, e Kafka realiza isto de forma magistral, pois é um dos escritores que mais sugeriu apenas com descrições secas, e isto é adorável num escritor.
A DESCRIÇÃO E A SUGESTÃO
A secura de A Metamorfose, portanto, vem encharcada de livres e pretensas interpretações. A magia de Kafka mora justamente neste seu talento de levantar um mundo inteiro numa estória aparentemente simples, e no caso do conto em questão, que pode ser sutilmente uma filosofia niilista da falta absoluta de sentido para a vida, mas Kafka também não diz isto, apenas descreve, e com sua descrição implacável, se diverte nos perturbando os sentidos como se caçoasse de seus futuros críticos.
E o divertimento, na verdade, é para todos, sejam os críticos, que se debruçam na sua descrição, seja para os leitores, que apreciam sem mais um bom conto como A Metamorfose. E que Kafka faz ficar vivo e cortante, pois da descrição seca, ele embute justamente este caldo profundo em que se dá o dilema de um homem que virou inseto, e que pode passar por várias questões, tal como eu disse, da mobilidade, da fronteira física, como da relação entre o tédio de um caixeiro-viajante que entra em um tipo específico de colapso, e que tem na descrição sui generis de um suposto inseto o que Kafka disse e o que Kafka não disse, o que Kafka levantou de um mundo enorme com pequenos sopros de ilusão. E esta é a mágica de Kafka, fazer de um mínimo um infinito para a crítica e o leitor.

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário: http://seculodiario.com.br/31553/17/a-metamorfose-de-franz-kafka






PAUL VERLAINE, A VOZ DOS BOTEQUINS E OUTROS POEMAS – PARTE III

“o termo Simbolismo passou a ser usado para definir este novo ambiente literário”

ESTILO
A poesia chamada de “decadente” foi a do movimento que produziu a poesia francesa do chamado fin de siècle (fim de século) que abrange o período que vai de 1880 até o começo da Primeira Guerra Mundial. O termo "decadente" pode ser interpretado como o conteúdo que tinha uma visão moral chocante, e que levou Verlaine a documentá-la com seu livro Os Poetas Malditos, na qual popularizou a expressão poète maudit ("poeta maldito"), livro que em 1884 citava poetas como Stéphane Mallarmé e Arthur Rimbaud, os quais enfrentaram uma luta contra convenções poéticas, além de um embate contra censuras sociais, pelo fato de serem ignorados pelos críticos.
Com a publicação do Manifesto Simbolista de Jean Moréas em 1886, no entanto, o termo Simbolismo passou a ser usado para definir este novo ambiente literário. Foi assim que Verlaine, Mallarmé, Rimbaud, Paul Valéry, Albert Samain e muitos outros passaram a ganhar o epíteto de poetas "Simbolistas". Tais poetas teriam como fonte filosófica o pensamento de Schopenhauer, além de temas como o desejo, a fatalidade, a eclosão de forças inconscientes, o sexo e a prostituição, a cidade, e ainda, citando as forças do inconsciente, tais poemas envolveriam sonhos, delírios, o álcool e os narcóticos em geral. Como estilo, o Simbolismo teria a prática de sugerir temas numa linguagem evanescente, abolindo a forma retórica, portanto, e então invocando estados de humor variados, além dos sentimentos como num jogo mágico com o uso das palavras, também como repetição dos sons, uma musicalidade intensa dos versos, que são muito bem conduzidos dando uma ideia de cadência que chegava ao fim como inovação métrica.                                                  
POEMAS:

É O ÊXTASE LANGOROSO : Este poema de Verlaine vem com bastante estilo, já pelo título me chama à curiosidade, e se abre, em floração: “É o êxtase langoroso,/É o cansaço amoroso,/É todo o bosque a vibrar/Ao enlace das aragens,”. O êxtase langoroso, que ecoa e vibra, no qual o poeta é quem sabe bem os versos que lhe derramam, e é um poema refinado, de dimensão reduzida mas condensada, que continua, em frescor, a descrever uma sensação: “Ó o fino e fresco cicio!/É chilreio e murmúrio,/Parece esses doces ais/Que a relva móvel suspira ...”. A natureza aparece, seja simbólica ou literal, não importa, aqui o poema é mais importante que um sentido final, a apreciação máxima se dá quando a relva suspira, aqui a vida da natureza ganha forma consciente, mas Verlaine tem uma dor ainda, mesmo diante da glória natural que lhe oferece tudo ao seu coração de poeta, e finaliza, como se de sua dor ele enxergasse a dor de tudo que é humano, e diz: “Essa alma que se lamenta/Nessa queixa sonolenta/Não será a nossa, ai de nós?”. Sua alma aqui é um nós que lamenta, e seu ai possui toda a envergadura das demais dores do mundo, nisso ele se reconhece tanto como poeta como um ser humano verdadeiro.
ARIETA : Este poema abre com spleen clássico, num ato choroso, que o verso ainda consola ou pode mais ainda aprofundar a dor: “Chora o meu coração/Como chove na rua;/Que lânguida emoção/Me invade o coração?”. A emoção, lânguida, lhe invade o coração, e o poeta Verlaine faz de seu estilo uma lamentação, mas que tem resultado bem positivo, uma vez que se torna poema e versos na sua pena: “Para um coração vazio,/Ó aquele murmúrio!/Chora não sei que mal/Meu coração cansado./Um desengano? Qual!/É sem causa este mal./É a maior dor – dói tanto! –/Não se saber por quê,”. Dor desconhecida, incógnita da tortura, mas que tem sua verdade como poema, e isso resume um pouco de sua glória.
GREEN : Este poema que se volta à natureza, abre em direção a uma fêmea, e o coração mole do poeta não lhe resiste, e pede certa clemência, no seu pulsar atordoado, que vem assim: “Aqui estão frutos, flores, folhas, que eu vos/trouxe,/E um coração que só por vós sabe pulsar.” (...) “Que esta minha fadiga, a vossos pés prostrada,/Sonhe os instantes bons que a reconfortarão./Deixai rolar no seio moço a fronte lenta/Em que ainda ecoam vossos beijos musicais;/Deixai-a sossegar da bendita tormenta,/E que eu durma um instante, enquanto repousais.”. O convite deste poema é um verdadeiro sonífero, o poema vem de spleen e funciona ao fim como um narcótico ao qual Verlaine tenta reconfortar-se e os beijos musicais sossegam a tormenta, e o saber aqui enunciado é o do sono do amor, dorme bem quem tem peito ao qual se deitar.

POEMAS:

DO LIVRO "ROMANCES SANS PAROLE"

É O ÊXTASE LANGOROSO

Le vent dans la plaint suspend son baleine
                                                          Favart

É o êxtase langoroso,
É o cansaço amoroso,
É todo o bosque a vibrar
Ao enlace das aragens,
São, nas grisalhas ramagens,
Mil vozes a cochichar.

Ó o fino e fresco cicio!
É chilreio e murmúrio,
Parece esses doces ais
Que a relva móvel suspira ...
Dirias, na água que gira,
Rolar de seixos casuais.

Essa alma que se lamenta
Nessa queixa sonolenta
Não será a nossa, ai de nós?
A minha à tua enlaçada,
Exalando a humilde toada
Nesta tarde, a meia-voz?

ARIETA

Il pleut doucement sur la ville
                                      Arthur Rimbaud

Chora o meu coração
Como chove na rua;
Que lânguida emoção
Me invade o coração?

Ó frio murmúrio
Nas telhas e no chão!
Para um coração vazio,
Ó aquele murmúrio!

Chora não sei que mal
Meu coração cansado.
Um desengano? Qual!
É sem causa este mal.

É a maior dor – dói tanto! –
Não se saber por quê,
Sem ódio ou amor, no entanto
O coração dói tanto.

GREEN

Aqui estão frutos, flores, folhas, que eu vos
trouxe,
E um coração que só por vós sabe pulsar.
Não o despedaceis com vossa mão tão doce,
E possa o humilde dom ser grato ao vosso olhar.

Ainda tenho no rosto o orvalho que a alvorada
Vem regelar em mim com sua viração.
Que esta minha fadiga, a vossos pés prostrada,
Sonhe os instantes bons que a reconfortarão.

Deixai rolar no seio moço a fronte lenta
Em que ainda ecoam vossos beijos musicais;
Deixai-a sossegar da bendita tormenta,
E que eu durma um instante, enquanto repousais.

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário: http://seculodiario.com.br/31554/17/paul-verlaine-a-voz-dos-botequins-e-outros-poemas-parte-3