PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 1 de agosto de 2017

JURAMENTOS SOB O SOL

E tudo que juro, sob o mal do mundo,
é a escrita temporal
como uma tempestade,
o sonho de poesia nas asas
de prata do peito marmóreo,

sei de todos os finos aromas
que sobem às narinas do tempo,
poema-fantasia se nutre
destes estalos na noite fria.

E tudo que juro, no sal das enseadas,
é o tempo vivido das coisas
infinitesimais, vejo com lupa
os esgares das galáxias,
sinto como um monge
o segredo do lótus.

Penso e contemplo as imagens
da pureza como um coração
de carne que se espanta
em delírio etéreo,

e juro por toda a vida
cintilar como astro
na miragem que desenha
a festa.

01/08/2017 Gustavo Bastos

POEMA DA LIBERDADE

A liberdade é uma estrela
que rutila no coração do mundo,
a liberdade sobrevive
sob os pés dos cavalos,
a liberdade semeia
cada gesto universal,
a liberdade persiste
contra os campos minados,
a liberdade sonha
apesar das desditas,
a liberdade é um corpo
que dança na guerra,
a liberdade é um sorriso
que encara a morte,
a liberdade é o mar
na espuma de vênus,
a liberdade é a poesia
que tanto ama,
a liberdade é o conhecimento
na sua trama,
a liberdade tira da prisão
os que se perdiam,
a liberdade é uma cidade
iluminada de neón,
a liberdade é um grito de
socorro na luta corporal,
a liberdade caminha
sobre os escombros da explosão,
a liberdade gira o mundo
como um carrossel,
a liberdade é o canto da terra
na paz da chuva e do sol.
E o poema é livre!

01/08/2017 Gustavo Bastos

domingo, 30 de julho de 2017

VÉU D`AREIA

Pelo vão da porta, como um cais
que peixe vira óleo,
tantra em concha
sete raios descem.

E tal concha, musicada,
delimita o véu d`areia,
como um anzol
e uma sereia.

30/07/2017 Gustavo Bastos

CLARA DE ÁCIDO

É impossível não perceber Clara de ácido,
brilha azul gritando,
em toda a poesia.

Claro-escuro que sucumbe à pintura.
Eu peço ao resto do mundo
que ali retrate o tempo,
como um líquido
que aclara.

Mesmo sem saber,
mesmeriza-me,
como o meu ser
que é poético.

Não sei mais como ao peito
calar ao ver Clara de ácido
na tela plasmada
da visão.

É incontrolável perceber Clara de ácido,
uma loba viajante
no fundo do universo,
como luz
e todo
o clarão.

30/07/2017 Gustavo Bastos