Antes morrer com uma flor
em meu peito,
do que no fogo padecer
pelo despeito.
Antes o sol nascer
na sua aurora,
e toda a claridade aparecer,
do que o poeta não escrever
tudo o quanto sente.
E que em seu peito ferido,
saiba ele conduzir com maestria
o seu verso que sai
do coração pungente.
Vamos saudar o meio-dia,
todos os que escrevem,
todos os que pintam,
todos os músicos,
todos os artistas.
Pois neste nosso século
todos se dizem artistas,
mas são poucos os que honram
com o coração caro
a beneficência de saber
respeitar ao universo e aos homens,
e terminar na meia-noite
com uma ideia perfeita da vida.
01/03/2010 Gustavo Bastos
terça-feira, 7 de junho de 2011
ALÉM DA ESCURIDÃO
Ali, logo ali, onde passa
essa gente toda,
estou olhando além,
o horizonte é este destino
ao qual o meu olho quer ver.
Dia após dia, toda a gente passa
e a vida quer sempre
estar além das ruas,
além das casas,
além do chão,
bem para lá do céu ou do mar.
Eu então me purifico
de todas as toxinas
que me deixam exangue,
me purifico
da grande máquina do mundo,
e assim posso sorrir
por ter ido além das minhas fraquezas,
este sim o além que vale para a vida,
toda a gente também se salva,
num momento propício
em que a fé abre o véu do segredo
da terra, e nos revela
seu amor sem fim.
01/03/2010 Gustavo Bastos
essa gente toda,
estou olhando além,
o horizonte é este destino
ao qual o meu olho quer ver.
Dia após dia, toda a gente passa
e a vida quer sempre
estar além das ruas,
além das casas,
além do chão,
bem para lá do céu ou do mar.
Eu então me purifico
de todas as toxinas
que me deixam exangue,
me purifico
da grande máquina do mundo,
e assim posso sorrir
por ter ido além das minhas fraquezas,
este sim o além que vale para a vida,
toda a gente também se salva,
num momento propício
em que a fé abre o véu do segredo
da terra, e nos revela
seu amor sem fim.
01/03/2010 Gustavo Bastos
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O QUE BATE NO PEITO
Não faça calar a minha poesia,
eu tenho muito a te oferecer.
A flor que um dia se abriu
é a mesma flor que amanhã murchou.
Mas não faz mal não,
no meu peito bate um coração feliz
que só quer amar,
a vida é esta bossa
de um tanto sentir
e outro tanto esquecer ...
Não diga que o poeta morreu,
ele só tirou umas férias
no céu todo azul
que a fumaça não apaga,
no paraíso ilimitado
deste mistério de pensamentos.
Não me acuse de nada,
pois eu te dou um poema
e faço da mortalha
o destino daquele que não cantou.
Amor, amor ...
um dia virá com todo o seu amor
a musa de um devaneio do tempo,
tempo que é vida
na batida do coração
que é o dia do poeta
no fim do verão.
15/02/2010 Gustavo Bastos
eu tenho muito a te oferecer.
A flor que um dia se abriu
é a mesma flor que amanhã murchou.
Mas não faz mal não,
no meu peito bate um coração feliz
que só quer amar,
a vida é esta bossa
de um tanto sentir
e outro tanto esquecer ...
Não diga que o poeta morreu,
ele só tirou umas férias
no céu todo azul
que a fumaça não apaga,
no paraíso ilimitado
deste mistério de pensamentos.
Não me acuse de nada,
pois eu te dou um poema
e faço da mortalha
o destino daquele que não cantou.
Amor, amor ...
um dia virá com todo o seu amor
a musa de um devaneio do tempo,
tempo que é vida
na batida do coração
que é o dia do poeta
no fim do verão.
15/02/2010 Gustavo Bastos
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POEMA PRA PULAR CARNAVAL
Com as unhas
com os dentes
segura o pandeiro que é carnaval!
Agarro a mulata sorridente
com as unhas
com os dentes
vamos pular que é carnaval!
O bloco sai na rua
e gritam os vendedores de cerveja!
Vamos que o malandro
vai passar com o seu sapato branco
e um monte de estória
pra te conquistar!
Vamos nessa, sonho carnavalesco,
vai passar, vai passar ...
a Mangueira é a minha escola,
verde e rosa eu quero pra mim,
quero o sol radiante
do mestre-sala e da porta-bandeira,
o reco-reco, a cuíca,
o bandolim, o cavaquinho,
a bateria nota dez!
O samba e o choro,
o rouxinol e a multidão,
com as unhas e os dentes
eu sou folião!
Esta é a canção! Esta é a canção!
Carnaval é para todos,
a democracia sexual
de nossa ópera fundamental!
Carnaval é a alegria do povo,
carnaval pra pular,
no batuque negro
desta alma popular,
num país continental
com suas mazelas
e virtudes,
este é o nosso
sonho de uma noite de verão!
12/02/2010 Gustavo Bastos
com os dentes
segura o pandeiro que é carnaval!
Agarro a mulata sorridente
com as unhas
com os dentes
vamos pular que é carnaval!
O bloco sai na rua
e gritam os vendedores de cerveja!
Vamos que o malandro
vai passar com o seu sapato branco
e um monte de estória
pra te conquistar!
Vamos nessa, sonho carnavalesco,
vai passar, vai passar ...
a Mangueira é a minha escola,
verde e rosa eu quero pra mim,
quero o sol radiante
do mestre-sala e da porta-bandeira,
o reco-reco, a cuíca,
o bandolim, o cavaquinho,
a bateria nota dez!
O samba e o choro,
o rouxinol e a multidão,
com as unhas e os dentes
eu sou folião!
Esta é a canção! Esta é a canção!
Carnaval é para todos,
a democracia sexual
de nossa ópera fundamental!
Carnaval é a alegria do povo,
carnaval pra pular,
no batuque negro
desta alma popular,
num país continental
com suas mazelas
e virtudes,
este é o nosso
sonho de uma noite de verão!
12/02/2010 Gustavo Bastos
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CIÊNCIA DA FELICIDADE
Terras das quais eu quero o ópio,
na nuvem que cobre a razão dos dias
sobra um entorpecimento feliz no oceano
de frente ao vasto solo
de liras e canções.
Terras desbravadas pelo moço
que escreve o próprio dia,
razão e certeza da vida que ele leva.
Uma menina, no seu canto,
declara amor à selva de viver,
funda em sua casa
o amor comum de sua feminilidade.
Outro dia qualquer eu também
encontraria a minha razão,
esta estaria perdida no mundo
como uma voz dispersa no infinito,
eu a traria de volta para mim
num suspiro desta viagem insólita
que é ter que viver
sem reclamar do tédio
e da cerveja,
uma vida plena e feliz
independente da solidão,
uma vida igual a do moço e da menina,
uma vida sempre viva para viver,
mesma canção de todas as outras
pelo caminhar dos meus dias,
sou feliz e pronto.
01/02/2010 Gustavo Bastos
na nuvem que cobre a razão dos dias
sobra um entorpecimento feliz no oceano
de frente ao vasto solo
de liras e canções.
Terras desbravadas pelo moço
que escreve o próprio dia,
razão e certeza da vida que ele leva.
Uma menina, no seu canto,
declara amor à selva de viver,
funda em sua casa
o amor comum de sua feminilidade.
Outro dia qualquer eu também
encontraria a minha razão,
esta estaria perdida no mundo
como uma voz dispersa no infinito,
eu a traria de volta para mim
num suspiro desta viagem insólita
que é ter que viver
sem reclamar do tédio
e da cerveja,
uma vida plena e feliz
independente da solidão,
uma vida igual a do moço e da menina,
uma vida sempre viva para viver,
mesma canção de todas as outras
pelo caminhar dos meus dias,
sou feliz e pronto.
01/02/2010 Gustavo Bastos
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CRESCER
A espera por algo inesperado
me tomou o tempo.
Já agora nunca mais serei o mesmo,
a minha cabeça mudou,
tudo mudou por um instante.
Amadureci, cresci, não tenho mais
o espanto juvenil,
meu sangue esfriou,
o sofrimento diminuiu,
o tempo passou!
Não espero mais.
Tudo o mais da esperança
é não esperar nada mais,
pois a única coisa inesperada
e tão esperada
é a morte,
e por isso não sei dizer
para quê escrevo,
adeus não digo,
nem tampouco tenho
certezas e soluções,
a juventude morre
com os seus problemas
e a cada dia eu acordo
mais sábio.
30/01/2010 Gustavo Bastos
me tomou o tempo.
Já agora nunca mais serei o mesmo,
a minha cabeça mudou,
tudo mudou por um instante.
Amadureci, cresci, não tenho mais
o espanto juvenil,
meu sangue esfriou,
o sofrimento diminuiu,
o tempo passou!
Não espero mais.
Tudo o mais da esperança
é não esperar nada mais,
pois a única coisa inesperada
e tão esperada
é a morte,
e por isso não sei dizer
para quê escrevo,
adeus não digo,
nem tampouco tenho
certezas e soluções,
a juventude morre
com os seus problemas
e a cada dia eu acordo
mais sábio.
30/01/2010 Gustavo Bastos
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SEM PORQUÊ
Puríssima tristeza, no que vai o meu desespero.
Estou curvado diante de ti, imensa sombra
na minha vida.
Esta sombra, a qual denuncio
de meu passado cabisbaixo.
Este meu passado sem solução
do meu soluço.
O meu choro de lágrima diária
é por nada ser tudo o que existe,
pois da porta de casa à rua
eu vi um suicida cantar
a sua morte,
mas estou vivo sem porquê,
apenas me sinto mais perto
de meu delírio,
sou o cartaz do filme escuro
da sombra triste
de um passado mortal,
sou a reza sentimental
do próximo carnaval,
viver sem saber,
morrer sem porquê.
30/01/2010 Gustavo Bastos
Estou curvado diante de ti, imensa sombra
na minha vida.
Esta sombra, a qual denuncio
de meu passado cabisbaixo.
Este meu passado sem solução
do meu soluço.
O meu choro de lágrima diária
é por nada ser tudo o que existe,
pois da porta de casa à rua
eu vi um suicida cantar
a sua morte,
mas estou vivo sem porquê,
apenas me sinto mais perto
de meu delírio,
sou o cartaz do filme escuro
da sombra triste
de um passado mortal,
sou a reza sentimental
do próximo carnaval,
viver sem saber,
morrer sem porquê.
30/01/2010 Gustavo Bastos
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NUM CHÃO QUALQUER
Como se estivesse num chão qualquer,
vai um desamor desvairado,
um coração machucado,
que de vinhas morria
num quarto desarrumado.
Em qualquer mundo o azul é todo
o castelo de uma princesa delirante.
Eu acordei sozinho como numa piada
sem surpresa.
Eu abri os meus olhos
e andei pelo mato desalmado.
Pois o que eu mato sou eu
e o meu vagar,
deste que amo sem idolatrar,
deste que ando sem cochilar.
Ora, a princesa dos meus sonhos
é uma doce ilusão,
um colírio da imaginação.
Eu sou um reles bobo da corte
com um livro na mão.
Ainda que eu viva bastante,
não terei senão uma estrela brilhando
e iluminando este meu qualquer chão.
23/01/2010 Gustavo Bastos
vai um desamor desvairado,
um coração machucado,
que de vinhas morria
num quarto desarrumado.
Em qualquer mundo o azul é todo
o castelo de uma princesa delirante.
Eu acordei sozinho como numa piada
sem surpresa.
Eu abri os meus olhos
e andei pelo mato desalmado.
Pois o que eu mato sou eu
e o meu vagar,
deste que amo sem idolatrar,
deste que ando sem cochilar.
Ora, a princesa dos meus sonhos
é uma doce ilusão,
um colírio da imaginação.
Eu sou um reles bobo da corte
com um livro na mão.
Ainda que eu viva bastante,
não terei senão uma estrela brilhando
e iluminando este meu qualquer chão.
23/01/2010 Gustavo Bastos
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MISTÉRIOS DOS MEUS EUS
Em meu destino mora
uma infinita incógnita.
Quem sou eu por toda a eternidade?
Selvagem, uma criatura ímpar
como todas,
cheio das dores amargas
e dos doces enlevos
de uma vida
como todas.
Ora, onde deixei o rio caudaloso
invadir a minha memória?
Pois a minha vida é um rio vasto
que não acaba senão no mar
que é de um brilho verde e azul
que uns costumam
chamar de fúria
e outros de tudo amar.
A incógnita fatal é a minha morte,
apenas um norte numa névoa
de floresta indecifrável
em um plano geométrico
em que não há cálculo humano
que possa concebê-lo
sem vertigem.
Eu sou a pátria do meu sangue,
sou eu somente com a minha coragem,
sou eu e a minha espada,
pronto ao futuro.
12/01/2010 Gustavo Bastos
uma infinita incógnita.
Quem sou eu por toda a eternidade?
Selvagem, uma criatura ímpar
como todas,
cheio das dores amargas
e dos doces enlevos
de uma vida
como todas.
Ora, onde deixei o rio caudaloso
invadir a minha memória?
Pois a minha vida é um rio vasto
que não acaba senão no mar
que é de um brilho verde e azul
que uns costumam
chamar de fúria
e outros de tudo amar.
A incógnita fatal é a minha morte,
apenas um norte numa névoa
de floresta indecifrável
em um plano geométrico
em que não há cálculo humano
que possa concebê-lo
sem vertigem.
Eu sou a pátria do meu sangue,
sou eu somente com a minha coragem,
sou eu e a minha espada,
pronto ao futuro.
12/01/2010 Gustavo Bastos
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POEMA DE MÃES E AVÓS
Era como de costume uma avó comum,
de todas as avós que andam por aí.
Meu coração nela se instalou
como um refúgio e calmaria,
leciona o sol e a água
para que um amor de neto
não morra sem delirar.
Sandra, não é santa e nem pecado,
é um história de filhos vários,
mãe de minha mãe
do meu sangue inexorável.
Foste bela e és bela,
uma fumaça de um beijo aberto
para que a vida seja mais clara
e repleta de felicidade.
12/01/2010 Gustavo Bastos
(Para a minha avó Sandra Vervloet)
de todas as avós que andam por aí.
Meu coração nela se instalou
como um refúgio e calmaria,
leciona o sol e a água
para que um amor de neto
não morra sem delirar.
Sandra, não é santa e nem pecado,
é um história de filhos vários,
mãe de minha mãe
do meu sangue inexorável.
Foste bela e és bela,
uma fumaça de um beijo aberto
para que a vida seja mais clara
e repleta de felicidade.
12/01/2010 Gustavo Bastos
(Para a minha avó Sandra Vervloet)
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