Tal qual a política dos homens,
a poesia também vive de retórica.
Desde a sua fundação ignota,
a sociedade faz de nós
atores canastrões enfileirados.
A política fala de forma persuasiva
sem escrúpulo ou anestesia.
A poesia fala da beleza
com ritmo e galhardia.
Tal qual a noite dos poetas,
a escuridão do discurso inflamado
nos lembra dos egoístas
que nos tomam as palavras
e fazem da fábula a verdade
da mentira.
Se liquidam entre si
os gaviões do poder,
aniquilam o poeta
e a sua poesia terminal,
enterram o amor
e a sua voz seminal.
10/09/2010 Gustavo Bastos
Quem sou eu?
Há 14 horas