Tal qual a política dos homens,
a poesia também vive de retórica.
Desde a sua fundação ignota,
a sociedade faz de nós
atores canastrões enfileirados.
A política fala de forma persuasiva
sem escrúpulo ou anestesia.
A poesia fala da beleza
com ritmo e galhardia.
Tal qual a noite dos poetas,
a escuridão do discurso inflamado
nos lembra dos egoístas
que nos tomam as palavras
e fazem da fábula a verdade
da mentira.
Se liquidam entre si
os gaviões do poder,
aniquilam o poeta
e a sua poesia terminal,
enterram o amor
e a sua voz seminal.
10/09/2010 Gustavo Bastos
sábado, 16 de julho de 2011
A MUDANÇA
Todos nascem do acidente,
fonte notável que encanta
o fio da navalha
no corpo e no sangue
da serpente.
O acidente do qual
surge o humano,
com a dor
e o pecado
da trilha
pelo campo
árido
da vida,
é como o anjo torto
em degraus no céu
absorto.
Do acidente nasce a fatalidade,
sua contradição necessária
que da contabilidade dos mortos
sofre uma bruta descida
ao inferno,
e a alma de lá afundada
serve aos senhores hipócritas
do poder que Deus lhes concede.
Todos sofrem a vida inteira
a ressaca desta nau
toda ferida e errante,
nau dos insensatos
que riem a todo instante.
Abra o coração, poeta!
Quando a batalha é pela virtude,
não se entregue aos exílios
de almas desvalidas,
seja o triunfo o teu galardão
de frente ao império da morte,
afirmando paz e luz
depois dos dias
de miséria.
10/09/2010 Gustavo Bastos
fonte notável que encanta
o fio da navalha
no corpo e no sangue
da serpente.
O acidente do qual
surge o humano,
com a dor
e o pecado
da trilha
pelo campo
árido
da vida,
é como o anjo torto
em degraus no céu
absorto.
Do acidente nasce a fatalidade,
sua contradição necessária
que da contabilidade dos mortos
sofre uma bruta descida
ao inferno,
e a alma de lá afundada
serve aos senhores hipócritas
do poder que Deus lhes concede.
Todos sofrem a vida inteira
a ressaca desta nau
toda ferida e errante,
nau dos insensatos
que riem a todo instante.
Abra o coração, poeta!
Quando a batalha é pela virtude,
não se entregue aos exílios
de almas desvalidas,
seja o triunfo o teu galardão
de frente ao império da morte,
afirmando paz e luz
depois dos dias
de miséria.
10/09/2010 Gustavo Bastos
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O MUNDO
Eu entendo o mundo.
O mundo é sempre este trivial
e enigmático território
de pessoas e sentimentos.
O mundo carnal das formas
infinitas dos corpos
e suas almas encarnadas.
Eu sinto o mundo.
O mundo da matéria,
não o mundo etéreo.
O além não é uma compreensão
senão do mundo que está
e se faz da terra.
O mundo é o pensamento.
O mundo é a ação.
Minha vontade de abarcar
o mundo com uma mordida
acaba com a fome de mundo
do meu poema,
e o poema diz o mundo
com o tempo necessário
de um mundo cão.
Eu quero conhecer este pleno mundo,
que da plenitude da areia
e do solo nos desvenda
o céu e as estrelas
estando eu preso à terra.
10/09/2010 Gustavo Bastos
O mundo é sempre este trivial
e enigmático território
de pessoas e sentimentos.
O mundo carnal das formas
infinitas dos corpos
e suas almas encarnadas.
Eu sinto o mundo.
O mundo da matéria,
não o mundo etéreo.
O além não é uma compreensão
senão do mundo que está
e se faz da terra.
O mundo é o pensamento.
O mundo é a ação.
Minha vontade de abarcar
o mundo com uma mordida
acaba com a fome de mundo
do meu poema,
e o poema diz o mundo
com o tempo necessário
de um mundo cão.
Eu quero conhecer este pleno mundo,
que da plenitude da areia
e do solo nos desvenda
o céu e as estrelas
estando eu preso à terra.
10/09/2010 Gustavo Bastos
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A COISA
A coisa, rarefeita que seja,
também se dá ao poema
quando este surge
e se faz.
É como romper uma prisão,
emancipa-se a alma do poeta
e de súbito há um clarão.
O irromper do poema
é a vazão do poeta.
Testemunha que é,
o verso é então declamado
e o espírito incontido
derramado.
Poeta que se faz poeta
no dar-se de poema
e no fazer-se poesia,
eis o destino que enobrece
aquele que do ritmo de uma nau
sabe navegar deliciosamente
ao porto da alma que se enaltece.
A coisa, mais que tudo,
da qual se diz o que se diz,
pode ser qualquer coisa,
desde que seja bela
e bem-dita.
04/09/2010 Gustavo Bastos
também se dá ao poema
quando este surge
e se faz.
É como romper uma prisão,
emancipa-se a alma do poeta
e de súbito há um clarão.
O irromper do poema
é a vazão do poeta.
Testemunha que é,
o verso é então declamado
e o espírito incontido
derramado.
Poeta que se faz poeta
no dar-se de poema
e no fazer-se poesia,
eis o destino que enobrece
aquele que do ritmo de uma nau
sabe navegar deliciosamente
ao porto da alma que se enaltece.
A coisa, mais que tudo,
da qual se diz o que se diz,
pode ser qualquer coisa,
desde que seja bela
e bem-dita.
04/09/2010 Gustavo Bastos
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