Saber o que é principal na existência,
eis o que é sábio para a vida.
Somos asas de pura iridescência,
folgados brasões de livre partida.
Eis o vinho que nos faz voar,
numa febre de volúpia
ao som do libertino tear
em que a poesia é cerúlea.
Do karma que tudo carrega,
sou deste vinho e do mar.
Da vida que nada entrega,
sou da lida de tudo encontrar.
Eu sei o quanto posso filosofar,
mas não é ainda a teoria,
mas a prática de amar
a minha mais pura ambrosia.
Pois na canção está o êxtase do vitral,
que num momento é o vinho seminal.
21/08/2009 Gustavo Bastos
domingo, 23 de janeiro de 2011
AINDA ENQUANTO EXISTO
Ninguém partiu desta vida
sem extasiar-se antes da morte,
quando tudo se diz antes forte
do que mal agouro de faca suicida.
Não lamento quando tenho o intento
de arcar com o coração no frêmito
estando em vida como unigênito
saudando o zênite de todo esquecimento.
Mas com a visão desarmada
posso cantar por todo o amor
que é de uma vida o seu fulgor
e que é pranto e vida em flechada.
Ninguém se diz morto enquanto vive.
E na última hora não há o que esperar,
senão o parco da memória que é amar
o desvario enquanto ainda tudo existe.
21/08/2009 Gustavo Bastos
sem extasiar-se antes da morte,
quando tudo se diz antes forte
do que mal agouro de faca suicida.
Não lamento quando tenho o intento
de arcar com o coração no frêmito
estando em vida como unigênito
saudando o zênite de todo esquecimento.
Mas com a visão desarmada
posso cantar por todo o amor
que é de uma vida o seu fulgor
e que é pranto e vida em flechada.
Ninguém se diz morto enquanto vive.
E na última hora não há o que esperar,
senão o parco da memória que é amar
o desvario enquanto ainda tudo existe.
21/08/2009 Gustavo Bastos
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DO APRENDIZ DAS RIMAS
Aprendi a tocar com o toque da carícia
tudo ao meu par serei eterno
eu que me dou em coração terno
rompendo a noite fatigada em delícia
Do meu reino mostrarei as lápides
onde o cão morre triste e sem alma
estarei como o vinho em seus mármores
colunas do meu reino onde se tem a cor alva
Aprendi o sonoro tempo da magia
para o meu prato de virtudes
para o certo rumor das minhas atitudes
aprendi a ser eu mesmo diante da covardia
Sou a alma selvática em miragem e pó
sou quem renasceu no serviço das marés
aprendi a cantar diante da morte sem dó
me revirei nos cascos numa manhã de convés
Do meu reino sou o cristão navegante do abismo
virei-me em anjo e nau combalida
virei-me em céu e cantata na subida
subindo mais além do temor sem risco
Ao que posso esquecer não me dou mais por inteiro
a minha face inteira será de quem a compreende
sou o aprendiz de feiticeiro
na dádiva de todos os tempos na vida presente
06/03/2009 Gustavo Bastos
tudo ao meu par serei eterno
eu que me dou em coração terno
rompendo a noite fatigada em delícia
Do meu reino mostrarei as lápides
onde o cão morre triste e sem alma
estarei como o vinho em seus mármores
colunas do meu reino onde se tem a cor alva
Aprendi o sonoro tempo da magia
para o meu prato de virtudes
para o certo rumor das minhas atitudes
aprendi a ser eu mesmo diante da covardia
Sou a alma selvática em miragem e pó
sou quem renasceu no serviço das marés
aprendi a cantar diante da morte sem dó
me revirei nos cascos numa manhã de convés
Do meu reino sou o cristão navegante do abismo
virei-me em anjo e nau combalida
virei-me em céu e cantata na subida
subindo mais além do temor sem risco
Ao que posso esquecer não me dou mais por inteiro
a minha face inteira será de quem a compreende
sou o aprendiz de feiticeiro
na dádiva de todos os tempos na vida presente
06/03/2009 Gustavo Bastos
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A REZA DA PRAIA (VIDA URDIDA)
Do meu pendão se cria a pia batismal
na qual se honrou o meu parto heroico
e caiu na realidade a minha vinha visceral
de todo porto onde vive o mar do meu introito
Eu estava calejado pelo tempo em seu costume
de ter a peste por dama e musa do meu cajado
e o vinho seco e as várias crias de betume
para o excelso sabor das minhas filhas navegado
Sou o que perdeu as virgens em barca infindável
o meu leque e a proa vivem em mar catastrófico
a tragédia do ardil em que se fez o impossível
abriu-se em flor e depois a bela dança saiu no trópico
Deste verão eu sei o calor deste verão amor
seu lema é a vida hermética e temporal
da queda dos anjos onde vem cair o verdor
das árvores da simetria para combater o mal
Deitei-me seminu como cadáver no poço
a praia estava ótima e resplandecente
eu orei por horas para a salvação que ouço
bramir espadadas nas cabeças doentes
Não temai o meu sorriso e a minha cavalaria
passou o carnaval como noite urdida
pelos cânticos dos anjos de bondosa orgia
e os santos sabendo a reza da qual se fez a vida
03/03/2009 Gustavo Bastos
na qual se honrou o meu parto heroico
e caiu na realidade a minha vinha visceral
de todo porto onde vive o mar do meu introito
Eu estava calejado pelo tempo em seu costume
de ter a peste por dama e musa do meu cajado
e o vinho seco e as várias crias de betume
para o excelso sabor das minhas filhas navegado
Sou o que perdeu as virgens em barca infindável
o meu leque e a proa vivem em mar catastrófico
a tragédia do ardil em que se fez o impossível
abriu-se em flor e depois a bela dança saiu no trópico
Deste verão eu sei o calor deste verão amor
seu lema é a vida hermética e temporal
da queda dos anjos onde vem cair o verdor
das árvores da simetria para combater o mal
Deitei-me seminu como cadáver no poço
a praia estava ótima e resplandecente
eu orei por horas para a salvação que ouço
bramir espadadas nas cabeças doentes
Não temai o meu sorriso e a minha cavalaria
passou o carnaval como noite urdida
pelos cânticos dos anjos de bondosa orgia
e os santos sabendo a reza da qual se fez a vida
03/03/2009 Gustavo Bastos
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