Aprendi a tocar com o toque da carícia
tudo ao meu par serei eterno
eu que me dou em coração terno
rompendo a noite fatigada em delícia
Do meu reino mostrarei as lápides
onde o cão morre triste e sem alma
estarei como o vinho em seus mármores
colunas do meu reino onde se tem a cor alva
Aprendi o sonoro tempo da magia
para o meu prato de virtudes
para o certo rumor das minhas atitudes
aprendi a ser eu mesmo diante da covardia
Sou a alma selvática em miragem e pó
sou quem renasceu no serviço das marés
aprendi a cantar diante da morte sem dó
me revirei nos cascos numa manhã de convés
Do meu reino sou o cristão navegante do abismo
virei-me em anjo e nau combalida
virei-me em céu e cantata na subida
subindo mais além do temor sem risco
Ao que posso esquecer não me dou mais por inteiro
a minha face inteira será de quem a compreende
sou o aprendiz de feiticeiro
na dádiva de todos os tempos na vida presente
06/03/2009 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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