PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

COISA ENTENDIDA ASSIM

A coisa treme na esfera.
A coisa pode ser um quadrado.
A coisa é um triângulo.
A coisa se move totalmente
em círculos.
Coisa enunciada nos tratados
de filosofia.
Coisa estudada nos experimentos
da ciência.

Cada coisa tem seu lugar.
Cada coisa em seu lugar.
As outras coisas
são desconhecidas.
Não sentamos para
falar qualquer
coisa.

A coisa aí está.
A coisa aparece.
A coisa muda.
A coisa fica.
A coisa se vai
e desaparece.

A coisa é uma interrogação.
Todas as coisas
entram no poema.
E o poema também
é uma coisa.

13/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos) 

SONHO FRUGAL

A manhã pueril desceu
em meus livros.
Leio cada verso para depois
esquecê-los.

Na calma do quarto escuro,
uma fada ou um anjo
me levam a lugar seguro.

Dou um pulo, vejo a noite
novamente.
Saio pela rua descalço
e indigente,
anônimo como livre
estou,
conhecido uma vez
de tudo que passou.

13/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

PRANTO DE SAL

Estar vivo é como
estar para morrer.
O sol cai em fuligens
de mar torrencial,
os olhos das flores
comem a dor da floresta,
o tédio enfadonho
recusa a chama brutal,
a tempestade vem como rito
de uma magia ancestral.

Vejo, no mar do asfalto,
leves sonhos da dor profunda,
caos e semente na vida imunda,
vinho intempestivo como farol
ao meio-dia,
lutas sangrentas de mármore
como árvore de pedra sulcada,
lenho forte no tronco da vitória,
praias paridas de lume e sal.

Estar vivo é como estar para morrer.
Em vão sonho de poesia
corre a libélula na chuva,
com sede, torpor e canção,
corre o tempo com suas
entranhas,
corre a luz morrida e vivida
da paz e da guerra
dos devedores,
corre o silêncio, a vida, a morte,
e tudo que corrói e revive
na alta junção dos corações.

Peste viva, no mar sempre
estará.
Noite funda, no horizonte
nunca morrerá.
Sol estranho, com tua veste
minha poesia viverá.

Estava a poesia enfadada
de todos os ritos
de ordem e fracasso.
Estava a poesia mordida
de fome e fracasso.
Estava a poesia sofrida
como sonho perdido
em luta infinita
com o caos do mundo.
Estava a poesia ...
Estava a poesia ...
estarei distante por longe
do longe que é infinito!
Estarei poeta, como poeta
estarei.

Estar vivo é como
estar para
morrer.

13/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos) 



MANUAL PARA NÃO FICAR LOUCO

Passagem é o termo
da estrada longa estrada.
Somos românticos,
deflagramos a guerra amorosa
da poesia torta de luz.

Eu tenho um imaginário
à beira da loucura,
um imaginário de sensação
que a loucura dá sentido,
eu vejo as entrelinhas
pulando como delírios,
as entrelinhas das mensagens
subliminares,
o profundo é perigoso,
não ame a profundeza
da alma,
ande no chão que é sólido,
o profundo é uma máquina
de mistério e desolação.

Quando navegar
não é nunca chegar,
quando o porto
nunca é visto,
estamos no mar,
e o mar é a poesia.
(O solo é só para
prevenir a loucura).

13/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

TERRORES NOTURNOS

                                                                         

  Entrei com olhos de fogo na esteira rolante dos desejos perigosos, um de cada vez com a luxúria do inferno do gozo catando poemas em versos escatológicos. Eu vi a membrana de minha vesícula borbulhar chagas de Cristo numa garrafa de vinho tinto em busca de sonho intenso como fuga na noite em que encontrei o Olho na busca infinita de todas as paixões. Eu pus fogo na minha roupa como vela vermelha acendida com tumores de carteados de boemia e vasta febre de tórridas vidas. Eu velei o meu corpo na anterioridade dos fatos consumados, brigando com a natureza pelo pote de ouro imaginário, eu deti a minha verdade com vísceras de anarquia e testemunhei o abrir do dia como aurora em putas esporradas de faces de nuvem e chuva de porra. Ali, na vinha apaixonada do deserto, eu lutei com falcões na minha genitália, eu lutei com nervos e fraturas expostas como ritmo de Jazz quando pega o cara na vida de uma porrada que mata um tigre. Na noite de caminhos sem fim, os camaradas da faculdade rugiam como idiotas cultuando o óbvio e escalando a academia do saber como bravos operários sem horizontes, na capa de seus livros eu via se repetir um mantra sem sonho na conformidade de suas mentes vazias como um pesadelo de fúria semeada com vigor de estrada perdida, a minha estrada eu não perdi, joguei fora os livros e seus velhos mantras e fui viajar com o esqueleto ardendo com carne e verdade absurda de poema revoltado de tudo e de todos, eu parti numa nau alquebrada com convés de lama e proa de loucura, eu parti para o mundo desconhecido da vagabunda magia de atravessar o poço profundo da alma e encontrar no transe de maconha uma paisagem de xangrilá como um levante de devaneio em meio ao caos da cidade, brigando com mendigos e xingando os carros, avançando sobre a turba e fracassando no fim do dia, remoendo terrores e descobrindo a distância como única passagem para a o infinito.
   A vida escapa sempre, sempre queremos a vida, mas a sofreguidão enuncia suas verdades tolas como labirinto sem saída, como fulgor de tédio na tarde dos ternos sem perigo. Eu amo o imprevisível, e numa dessas danças sem roda eu quase entrei no hospício como um ventre sem rumo e como um vomitador de estrelas incompreendidas. A estrela era mágica como uma febre cardíaca de estilhaço de almas, a loucura da vigília me espantava e eu fugia a pé ouvindo rock pesado no volume máximo com horror de tudo como era, com medo das máquinas de tortura e com uma raiva explodindo nos olhos do absurdo. Eu roubava lojas, quebrava janelas, trepava com putas na praia, xingava a televisão, amaldiçoava a propaganda, negava o sucesso, cuspia nos jornais, chegava no fim da noite e dormia na rua, acordava todo empapado de sangue e nem lembrava que tinha perdido a minha carteira com dinheiro e documentos, andava perdido pela nuvem mística dos poetas, desejava ser um profeta da luta inglória, um santo sem vitória, um inseto venenoso, um leão da vida naufragada, um riso escroto de discórdia, um poeta na vida e na dor, um poeta mais que poeta, um poeta que entrou na poesia, uma poesia que fundou o poema total, a víscera total, a lesma contra a ordem e a moral, um divagador sobre o rompimento final e suicida com os costumes milenares, um arauto do livro nunca publicado, um poeta sem apodrecer sozinho na veia virada de noite insone, um anátema que sonha voar num lance doido como ácido lisérgico inoculado diretamente no terceiro olho, um doador de órgãos depois de uma overdose, um guerreiro que odeia a luta do inferno do dinheiro, um amontoado de poemas que se perdem no caminho, um tarado perseguindo colegiais depois de tomar porrada de um halterofilista, um ganhador de loteria que doa tudo para uma igreja neopentecostal, um chorume depois de abortar todos os filhos, um traficante de remédios proibidos depois de uma festa de jovens transviados, um senhor de idade e respeitável com a sabedoria de um monge tibetano, um poeta tibetano, um poeta renunciante e uma garrafa com o segredo da filosofia primeira.
   A vida explode como bomba atômica na prosa esverdeada, os anarquistas viram lâmpadas de verdades finais, a vida verdadeira é a anarquia, a verdade final é o caos e a liberdade, a liberdade é a palavra quando ela surge na poesia, eu luto ferozmente com a liberdade e a poesia, luto com todas as minhas forças para explodir como poesia, para demolir como poesia, para voar como poesia, para me vingar com poemas de todas as cores e de todos os tons, luto como um herói romântico, luto com o peito de revolta e de força como um ator mambembe pela estrada infinita, venho com a espada na noite eterna de meu feroz sonho de poeta! Venho com a História nos meus dentes. Tenho um milhão de planos de explosões, explodo como dinamite na rocha do pensamento, fico na espreita com o coração de floreio na onda ideal, espero o dia ideal, as flores ideais, a poesia como ideal, e não aceito o horror de nunca fincar bandeira para ter o lugar que é descrito pelos mundos paradisíacos, vou ao paraíso, o paraíso é a minha pena, a palavra é o mundo florido e torto de um idiota ideal, de um pastiche terrível como troça enfadada, um lixo musical conduz o caos da energia, a quântica redefine o calor dos poemas, e a vida explode para quem explode com ela.

13/09/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)

LIMOUSINE

(POEMA-CONTO)

Uma limousine foi comprada
por uma galera pesadíssima.
Jack, totalmente bêbado,
dirigia loucamente
tal maravilha
pelas ruas de uma cidade
esquisita e mal cheirosa.

Logo, depois de passar
por lugares marginais,
começou a entrar pessoas
na limousine,
a galera era do inferno
das noites de balbúrdia.

Primeiro, entrou Marylou,
atriz pornô de pernas grossas
e voz macia.
Em seguida, entrou Dênis,
traficante de cocaína,
ex-atleta de futebol,
e que já tinha torrado
toda a grana
que ganhara
em carrões
e prostitutas de luxo.

Depois de Marylou
e Dênis treparem freneticamente
no fundo da limousine,
entrou Malaquias,
narrador de rádio de futebol,
beberrão, torcedor fanático
do América do Rio de Janeiro,
e que estava desempregado
depois de chegar bêbado
e seminu ao trabalho.
Malaquias era amigo do peito
de Dênis, o qual conheceu
quando fora repórter
da primeira divisão
do campeonato brasileiro.

Marylou era casada com Dênis,
a relação dos dois era
tórrida e aberta,
uma verdadeira ode
à libertinagem
e à orgia,
Marylou era insaciável,
até Dênis, viciado na coisa,
muitas vezes capotava
depois de oito horas
de sexo com a loura safada,
e ela ainda querendo mais.

Logo após chegar Malaquias,
o velho bêbado,
entrou Francesca,
puta velha do subúrbio
que vivera por
três anos nos cassinos
de Las Vegas
fazendo sabe-se lá o quê,
era amiga do peito
de Marylou,
foi ela quem arrumou
uns contratos
para a loura safada
fazer seus filmes
hardcore,
Francesca até fez
uns da boca do lixo
nos anos 80,
mas depois foi
para o lupanar
matar a vontade
de velhos tarados
e mal casados.

Aí, quando começou a bagunça
entre Marylou e Francesca,
com Dênis e Malaquias
apertando uma bomba
de maconha,
entrou na limousine
um viadinho de nome Selmon,
que de noite virava Suzette
e cantava no lupanar
em que Francesca
trabalhava,
Francesca era como
sua mãe naquela
vida atribulada.

Depois de Selmon entrar,
veio Ricky, halterofilista
que tinha ficado broxa
depois de tomar
toneladas de ampolas
de esteroides,
tinha sido parceiro de Marylou
em vários filmes hardcore,
até que não conseguiu
mais ter ereções,
e então Ricky passou
a tomar ecstasy
quase todas as noites,
malhava todo dia,
mas quase não dormia,
estava à beira
do colapso ou da morte.

Depois da bagunça
infernal de Marylou
e Francesca,
e com Dênis e Malaquias
completamente chapados,
entrou a mãe de Ricky,
a cartomante Dona Emengarda,
que era também madrinha
de Marylou,
mestre em trambiques
e dona de um brechó
com roupas que Marylou
deixava para ela
depois de fazer
os filmes pornô.

A festa da limousine
estava ficando boa,
Marylou pediu para
o motorista Jack
botar um funk
proibidão
para tocar no volume
máximo,
o carro passava pelas ruas
lotadas de gente,
todos olhavam para
aquela algazarra
na limousine
e ficavam chocados
e sem entender nada.

Na próxima esquina,
entrou o ex-delegado
aposentado Sr. Martins,
ex-marido de Marylou
e que livrara Dênis
de todas as enrascadas
em que se metia,
não tinha neurose
com o caso de Dênis
com Marylou,
agora ele tinha três
mulheres e tava rico.
Sr. Martins curtia tomar
cerveja e cachaça
na zona do meretrício
com Malaquias
e Dênis,
era um boêmio
e um filho da puta
corrupto na sua
época de "homem da lei".

A limousine foi seguindo
naquela tórrida cena
mambembe pela cidade.
Marylou mandou Jack
aproximar o carro
de uma cracolândia,
desceu e procurou
Filomena até achar.
Filomena, viciada em crack,
entrou na limousine,
nunca tinha visto
um carrão daqueles,
ela era sustentada
por Marylou,
que se compadeceu
com sua história,
depois que soube
que a pobre menina
tinha pegado Aids
há 5 anos com um parceiro
desconhecido.

Num bairro ermo e arborizado,
entrou a macumbeira Zezé,
que fazia demandas
para enriquecer Marylou
e que tinha o Sr. Martins
como o dono do terreiro,
ele era adepto da magia negra
e matou cinco desafetos
só na base da farofa
com dendê.
Zezé incorporava
entidades malignas
para fazer
sacrifícios
de animais,
tinha sido presa
por dois anos
por estes atos
abjetos,
mas o Sr. Martins
sempre dava um jeito
para soltá-la.

A diversão ficava frenética.
O Sr. Martins mandou
Jack parar a limousine
em frente à sua casa,
 ele pegou seu cachorro,
um fila chamado Renê,
e colocou ele dentro
da limousine.

Marylou já havia feito sexo
com Renê num dos filmes
dela de zoofilia,
mas aí o Sr. Martins
ficou pesaroso
e trouxe Renê
para tomar conta
de sua casa,
nada mais de
filmes hardcore
com cenas degradantes.
Marylou também já tinha
parado de fazer esses tipos
de filmes, já ganhara
um status de estrela
no mercado pornográfico
e estava ficando
milionária.

No fim, Jack parou o carro
perto de um presídio,
o Sr. Martins começou a praguejar
e não entendeu nada.
E então Jack abriu uma das portas
da limousine e entrou o policial
federal Bustamante,
que prendeu todo mundo
com cocaína e maconha
e levou toda a cambada
para o xilindró.
Jack, o motorista,
se identificou como investigador
da Polícia Civil,
mandara um SMS
para Bustamante
e a casa caiu.

12/09/2012 Contos Urbanos
(Gustavo Bastos)

   



O AMOR DO POEMA BRUTO

A manhã de sol aportou no meu poema.
Gestos suicidas acompanham
a caminhada pelo esgoto,
cor cinza de um sol que se foi
com a beleza.

Eu acordei na vinha sonhada
com fel, anarquia e paixão.
Pelos ares foram os delírios,
como explosões da libido
cantando dores bêbadas
na praia deserta,
a areia ficando vermelha
como o sangue que corre
na eternidade.

O sonho se abriu na montanha
e os poetas se jogaram
do penhasco com um canto de febre
em seus olhos de lágrimas.
A poesia se perdia na dor exaurida
pelas trevas que sobraram
do terror da literatura.

Leio bastante nas horas de vigília,
como socorro nos ares em mistérios
de versos sem rancor.
A vida posta como silêncio
em flores que brotam
da pena em corte profundo
na carne.

Eu antevi o holocausto da chama
na tempestade da morte
com o coração de fogo
no símbolo da canção.
Eu me matei no sol escuro
de um eclipse de fuga,
como na morte do frio
que tomou o céu
na idade do grito.

As flores selvagens
são momentos de poesia
na santa esfera
dos dias perdidos
de luta.

Eu acompanhei o préstito
com o horror das fadas
em minha boca de paixão,
como um chamariz
de dor na alegria
das notas alcoólicas
que caíam na nave eterna
dos universos desconhecidos
que eu nunca vi.

Os versos possessos
surgiram da veia
como noite vil,
pelas juras de amor eterno
que desenterrei
dos amores que fugiam
numa música de lamento,
e eu vi com olhos solitários
a vida se abrir na totalidade
da arte em estrada infinita.

O poema ficou vivo
na liberdade,
o poema está vivo
na saudade,
o poema liquida a poesia
no verso da estrofe
derramada como choro
de porre numa noite
esquecida.

A liberdade do poeta
é o vinho que corre
de suas canções
na pena incessante
do tempo eterno
que vai e vem
como soluço de pecado
que honra o mundo
com frio e calor
de um corpo desesperado
por amor.

09/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

SÁBIAS UNÇÕES DA LIBERDADE

[soneto decassílabo sáfico]

A miserável dança foge linda
como no céu que ri do fim do tempo.
Eu sinto perto o fogo da cor vinda
no vinho lúgubre do frio relento.

A peste rima com vermelho clima,
de tanto fel em pranto tão violento,
que toda a vida corre sem ferida
no sol e no céu de cada livro ao vento.

Sofrida vida que não faz que eu sinta
o vil sabor do corpo tão sedento
das eras findas como a fé remida.

Bem vinda vida que virá de dentro,
para total prazer de luz vivida
e livre da morte do vil veneno.

08/09/2012 Sonetos da Eternidade
(Gustavo Bastos)

O CHOFER E O DONO DO MUNDO

O chofer conduziu o
dono do mundo
nas guerras da rua.

Traduzindo o encontro
de um viés sinistro,
dirigiu-se o chofer
ao mordomo
do dono do mundo,
o dono do mundo tinha tudo,
suas camareiras
eram suas concubinas,
suas sete esposas
eram suas escravas sexuais,
seus filhos eram políticos,
sua família, tradicional
e aristocrática.
O dono do mundo tinha tudo.

O chofer ganhou na loteria
e comprou uma mansão,
pediu demissão
ao dono do mundo
que tinha cem mansões.

O chofer comprou
o mordomo e dez camareiras
do dono do mundo,
sua família era a ralé.

O dono do mundo
ficou desgostoso
e tentou matar o chofer que,
num contragolpe,
deu o mundo à ralé.

07/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

OLHO DE TIGRE

Perdi meu olho de tigre
numa noite chuvosa.
A pedra ônix sustentou
o dilema da poesia de vidro.

Procurei achar o espasmo
na cantata que registrou
o sentido dos dias.

Onde fui atrás do meu olho de tigre?
Dentes sadios, a vizinha atraente
me disse o amor
do sol na cor
do tempo.

Eu lutei no acidente com a lua,
pormenores da carne,
sáude do corpo,
voz firme do grito.

Olho de tigre,
o mistério da pedra precisa
como símbolo
da ferocidade
em cada rito
dos meus lemas,
sonho perdido como céu
na linhagem de meus antepassados
como sinais de minha pátria
esquecida que é sombra e luz
na paz do meu quarto.

07/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)