“uma poesia que reunia no mesmo bojo antecipações modernas, e
a forma conservadora parnasiana com sonoridade simbolista”
O PESSIMISMO DE AUGUSTO
DOS ANJOS
Mesmo com a poesia e a vida intelectual do poeta Augusto dos
Anjos sendo influenciada diretamente pelas ideias científicas do evolucionismo
de Darwin e de Spencer, e pelo Monismo, um sistema de fundo místico e
totalizante de Ernest Haeckel, estas que representavam uma cosmovisão de certa
forma otimista do universo e da humanidade, na poesia de Augusto dos Anjos
temos, no entanto, além dessas ideias reproduzidas fielmente em versos, o outro
lado, seu contraponto, que é o pessimismo herdado de uma poesia decadentista,
além da filosofia de Schopenhauer, que também trazia esta carga de vazio
budista, de um mundo fundado na dor e no sofrimento e a vida espiritual se
resumindo em se libertar desta condição num nirvana indiferenciado.
Os dados pessimistas da poesia de Augusto dos Anjos também
são efeitos de uma biografia extremamente acidentada, com privações
financeiras, e sem qualquer reconhecimento literário, pois seu único livro
publicado em vida, o livro de poesia “Eu”, fora recusado pelas editoras e só
veio a lume com as despesas de uma publicação particular, a qual o poeta dividiu
com o irmão, ou seja, suas ambições de trabalho e de lugar na imprensa não
aconteceram, não conseguiu, ao fim, o que mais almejava, ter sua poesia
reconhecida, pois estava numa época de império dos poetas parnasianos e
simbolistas.
Augusto dos Anjos adotou um pessimismo radical em sua poesia,
abalando, de certo modo, um humanismo que lhe restasse em sua sensibilidade
poética, com uma visão visceral, literalmente, da vida material, e com uma
condição humana biológica e perecível reinando e destruindo os ditames
metafísicos que ainda resistiam numa suposta visão cósmica ou transcendente da
poesia, e somente nos seus poemas de publicação póstuma é que teremos uma
versão mais solar da poesia de Augusto dos Anjos, com poemas de títulos como A
esperança, que dão uma visão mais de fé restaurada diante da morte, em que o
amor e a crença ganham corpo frente ao desalento comum de sua poesia em geral.
A DOR EM AUGUSTO DOS
ANJOS
Em meio a dor física e moral, enfim, a dor da existência,
esta aparece quando se fala da influência do estro simbolista, ainda presente
na poesia de Augusto dos Anjos, sobretudo na sonoridade e na forma, no que temos
uma visão em que o eu lírico se harmoniza com facilidade a esta condição humana
que anda no limite, pois a poesia de Augusto dos Anjos, neste ponto, herda
tanto o espiritualismo estetizado do Simbolismo, como a negação extrema da vida
pelo Decadentismo, resultando numa poesia que se torna impassível diante da
morte, em que a decomposição dos corpos não perturba mais os sentidos e nem a
alma, e a dor aqui não passa de um veículo de libertação com a dissolução final
da vida, diante de seu corpo vulnerável, em que o poeta descansa da sua
angústia inicial e se depara de forma normal com o inevitável, sua finitude. A
dor aqui, sob a influência simbolista, ganha fundamento como via de
transcendência espiritual.
CONCLUSÃO
Embora tenha ganho certa serenidade simbolista com a
transcendência espiritual, a poesia de Augusto dos Anjos, vide seu fundo
decadentista também, tem um reino visceral do pessimismo, diante da
incapacidade da ciência e da filosofia de dar conta da morte, e que vem com
estas questões radicais carregadas de um vocabulário científico, na já citada
influência do pensamento evolucionista e monista, e com um corte profundo que
marca a sua poesia, de outro lado, com a filosofia de Schopenhauer.
Com uma poesia sui generis, pré-moderna, uma poesia que
reunia no mesmo bojo antecipações modernas, e a forma conservadora parnasiana
com sonoridade simbolista, o poeta Augusto dos Anjos tem também, por fim, este
pessimismo que lhe vem da poesia decadentista, em uma visão fatalista, de culto
da dor, flerte contínuo com a visão fúnebre e de uma riqueza vocabular
biológica que é mais um modo de tematizar a finitude através da descrição de um
corpo perecível, além da podridão dos agentes da morte que são os vermes na
decomposição, uma poesia que usa o horrível sob forma sublime, com um verso que
continua elegante, mas que tem como tema o grotesco e a desolação do mundo
material da finitude.
POEMAS :
O CONDENADO : O poema descreve um ser condenado, a
imagem da finitude e da morte ganha aqui o ar da sepultura, no que temos, nesta
visão que vira pó : “Alma feita somente de granito,/Condenada a sofrer cruel
tortura/Pela rua sombria d`amargura/- Ei-lo que passa – réprobo maldito./Olhar
ao chão cravado e sempre fito,/Parece contemplar a sepultura/Das suas ilusões
que a desventura/Desfez em pó no hórrido delito./E, à cruz da expiação subindo
mudo,/A vida a lhe fugir já sente prestes/Quando ao golpe do algoz, calou-se
tudo./O mundo é um sepulcro de tristeza,”. A visão desolada do mundo, como
sepulcro de tristeza, tem aqui também a imagem de um ser maldito, em expiação, e
a desventura tem aqui sentido de desilusão, com a morte em seu sentido total que
vem como uma imagem em que tudo se cala, a morte é o reino do silêncio, mas a
sua imagem terrena é a da dor.
LIRIAL : O poema tem a imagem sinestésica do
lírio, o som reina num poema suave, mas que logo vem com a carga amorosa de um
ser sofrido, no que temos : “Por que choras assim, tristonho lírio,/Se eu sou o
orvalho eterno que te chora,”. O desejo vem com toda a sua nuance, o beijo tem
a conta de um delírio, melhor ainda, Martírio, e resta ao poeta sorrir uma
imaginária sombra da ventura, sonho esvaecido, último suspiro de um poema
amolecido : “Baixa a mim, irmã pálida da Aurora,/Estrela esmaecida do Martírio;/Envolto
da tristeza no delírio,/Deixa beijar-te a face que descora!” (...) “Ai! que ao
menos talvez na vida escassa/Não chorasses à sombra da desgraça,/Para eu sorrir
à sombra da ventura!”.
SONETO : O soneto aqui descreve a vida breve
de um poeta, no que temos : “A orgia mata a mocidade, quando/Rugem na Carne do
delírio as feras,/E o moço morre como está sonhando/Nas suas vinte e cinco
primaveras!” (...) “Como arvoredos juvenis tombados/Os moços mortos, os brasões
manchados,/E um turbilhão de púrpuras no lodo!”. O turbilhão de púrpuras no
lodo, aqui, pode ser a imagem que evoca a potência estética de um poeta e sua
poesia, mas que desaparece de forma abrupta num mundo desolado, em que o reino
é o da morte prematura destes que tinham o que fazer, no entanto.
VAE VICTIS : O poema descreve com mestria a
imagem da dor, o poema fere e se arrisca, o poeta define por fim a dor como
esta finitude perecível, os miasmas que vêm da podridão da carne morta, e o
poema que se farta destes fantasmas das estações, no que temos : “A Dor meu
coração torça e retorça/E me retalhe como se retalha/Para escárnio e alegria da
canalha/Um leão vencido que perdeu a força!/Sobre mim caia essa vingança corsa,/Já
que perdi a última batalha!/E, enquanto o Tédio a carne me trabalha,/A Dor meu
coração torça e retorça!/Cubra-me o corpo a podridão dos trapos!” (...) “Repositório
de milhões de miasmas/Onde se fartem todos os fantasmas/Primavera, verão,
outono, inverno!”. O poema junta a dor geral das coisas do mundo e lhe dá a
face mortal do que apodrece.
SONETO : O soneto fala para Nietzsche, e
descreve a luta vã da filosofia diante de tudo que há, que é este mundo tão
radical que devora a ciência, a arte, a religião e a filosofia como um grande
grito brutal que arde em ilusões e tragédias, no que temos : “Para que nesta
vida o espírito esfalfaste/Em vãs meditações, homem meditabundo?!/-
Escalpelaste todo o cadáver do mundo/E, por fim, nada achaste ... e, por fim,
nada achaste! .../A loucura destruiu tudo que arquitetaste/E a Alemanha tremeu
ao teu gemido fundo! ...” (...) “Pois, para penetrar o mistério das lousas,/Foi-te
mister sondar a substância das cousas/- Construíste de ilusões um mundo
diferente,/Desconheceste Deus no vidro do astrolábio/E quando a Ciência vã te
proclamava sábio,/A tua construção quebrou-se de repente!”. De súbito, os
grandes edifícios da razão, da virtude, do intelecto, e de toda pesquisa
desmoronam num mundo cruel por si mesmo.
SONETO : O soneto tuberculoso tem este estro
de doença, a poesia e seu carma de tosse, no que temos : “Vinhas trilhando
gárrulo a Avenida/Onde Deus manda que todo homem goze,/Quando o fantasma da
tuberculose/Pediu-te, em ânsias, o óbolo da Vida!” (...) “Das tuas dores na
procela brava/Não soubeste talvez que eu te estimava!/Mas a amizade oculta não
se finda .../Embora oculta, ela subiu, no entanto ...” (...) “Que hoje que és
morto – ei-la que sobe ainda!”. E, ao fim do poema, um grande brinde da
amizade, este caro coração que colore a vida tão de abismo em que a maioria
vive.
O ÉBRIO : O poema alcoólico bebe e se
embriaga, no que temos : “Bebi! Mas sei por que bebi! ... Buscava,/Em verdes
nuanças de miragem, ver/Se nesta ânsia suprema de beber/Achava a Glória que
ninguém achava!/E todo o dia então eu me embriagava” (...) “A ninguém nunca eu
contarei a história/Dos que, como eu, foram buscar a Glória/E que, como eu,
irão morrer também!”. O homem e o poeta bebem até morrer, a Glória aqui é uma
ilusão de uma luz artificial que mora no álcool, mas que é o inferno e as
trevas do ébrio que morre de seu vício.
DOLÊNCIAS : O amor neste poema aparece aqui como
nostalgia de uma figura que já morreu, o poeta luta aqui com um desejo inútil,
no que temos : “Oh! Lua morta de minha vida,/Os sonhos meus/Em vão te buscam,
andas perdida/E eu ando em busca dos rastos teus ...” (...) “Ah! Se morreste
pra minha vida!/Vive, consolo de minha morte!/Baixa, portanto, coração ermo/De
lua fria/À plaga triste, plaga sombria/Dessa dor lenta que não tem termo./Tu
que tombaste no caos extremo/Da Noite imensa do meu Passado,/Sabes da angústia
do torturado .../Ah! Tu bem sabes por que é que eu gemo!” (...) “Ninguém me
chora! Ah! Se eu tombar/Cedo na lida .../Oh! Lua fria vem me chorar,/Oh! Lua
morta da minha vida!”. A Lua como imagem feminina aqui reina no poema, e o
poeta quer que alguém lhe chore no fim, uma vez que tudo já morreu dentro dele.
VÊNUS MORTA : O poema homenageia Vênus e sua
delícias, e que aqui são prazeres torturantes e uma via sacra em que tudo é
miséria, na verdade, no que temos : “A Via-Sacra Azul do amor primeiro/Veste
hoje o luto que a desgraça veste/No miserere do meu desespero ...” (...) “No
vácuo imenso das desesperanças/E dos passados viços,/Recordo o beijo que te dei
nas tranças”. O poema segue com um sabor nostálgico que lhe inflama o desejo do
beijo, e a tragédia shakespeariana logo dá seu ar clássico como num suicídio e
loucura de Ofélia, um poema que está fora de si, por fim, no que temos : “Eu
guardo o travo deste beijo ardente/E a Nostalgia desta Pátria – a Carne!/Sonho
abraçar-te, pálida camélia,/Mas neste sonho, langue e seminua,/Pareces reviver
a antiga Ofélia,/À opalescência trágica da lua!”. E o poema ganha, por fim, um
ar religioso, numa redenção de amor que sofre e faz poesia, no que temos : “Reza-lhe
todo o cantochão memento/Dessa Missa de amor da Extrema Agrura,/Abençoada pelo
meu tormento/E consagrada pela sepultura./E que ela suba na serena gaza/Dos
mistérios dourados e serenos/À terra Ideal das púrpuras em brasa/E ao Céu
dourado a auroreal de Vênus!”.
POEMAS :
O CONDENADO
Alma feita somente de granito,
Condenada a sofrer cruel tortura
Pela rua sombria d`amargura
- Ei-lo que passa – réprobo maldito.
Olhar ao chão cravado e sempre fito,
Parece contemplar a sepultura
Das suas ilusões que a desventura
Desfez em pó no hórrido delito.
E, à cruz da expiação subindo mudo,
A vida a lhe fugir já sente prestes
Quando ao golpe do algoz, calou-se tudo.
O mundo é um sepulcro de tristeza,
Ali, por entre matas de ciprestes,
Folga a justiça e geme a natureza.
LIRIAL
Por que choras assim, tristonho lírio,
Se eu sou o orvalho eterno que te chora,
P`ra que pendes o cálice que enflora
Teu seio branco do palor do círio ?!
Baixa a mim, irmã pálida da Aurora,
Estrela esmaecida do Martírio;
Envolto da tristeza no delírio,
Deixa beijar-te a face que descora!
Fosses antes a rosa purpurina
E eu beijaria a pétala divina
Da rosa, onde não pousa a desventura.
Ai! que ao menos talvez na vida escassa
Não chorasses à sombra da desgraça,
Para eu sorrir à sombra da ventura!
SONETO
A orgia mata a mocidade, quando
Rugem na Carne do delírio as feras,
E o moço morre como está sonhando
Nas suas vinte e cinco primaveras!
Em cima – o oiro sem mancha das esferas,
Embaixo oiro manchado de execrando
Festim dos sibaritas, das heteras
Lubricamente se despedaçando!
Em cima, a rede do estelário imáculo
Suspensa no alto como um tabernáculo
- A orgia, embaixo, e no delírio doudo
Como arvoredos juvenis tombados
Os moços mortos, os brasões manchados,
E um turbilhão de púrpuras no lodo!
VAE VICTIS
A Dor meu coração torça e retorça
E me retalhe como se retalha
Para escárnio e alegria da canalha
Um leão vencido que perdeu a força!
Sobre mim caia essa vingança corsa,
Já que perdi a última batalha!
E, enquanto o Tédio a carne me trabalha,
A Dor meu coração torça e retorça!
Cubra-me o corpo a podridão dos trapos!
Os vibriões, os vermes vis, os sapos
Encontrem nele pábulo eviterno ...
- Repositório de milhões de miasmas
Onde se fartem todos os fantasmas
Primavera, verão, outono, inverno!
SONETO
A Frederico Nietzsche
Para que nesta vida o espírito esfalfaste
Em vãs meditações, homem meditabundo?!
- Escalpelaste todo o cadáver do mundo
E, por fim, nada achaste ... e , por fim, nada achaste! ...
A loucura destruiu tudo que arquitetaste
E a Alemanha tremeu ao teu gemido fundo! ...
De que te serviu, pois, estudares, profundo,
O homem e a lesma e a rocha e a pedra e o carvalho e a
haste?!
Pois, para penetrar o mistério das lousas,
Foi-te mister sondar a substância das cousas
- Construíste de ilusões um mundo diferente,
Desconheceste Deus no vidro do astrolábio
E quando a Ciência vã te proclamava sábio,
A tua construção quebrou-se de repente!
SONETO
Vinhas trilhando gárrulo a Avenida
Onde Deus manda que todo homem goze,
Quando o fantasma da tuberculose
Pediu-te, em ânsias, o óbolo da Vida!
Recordo agora a nossa despedida
Na Estação do Cobé – santa nevrose
Que com fios de ferro as almas cose
Principalmente se uma está ferida!
Das tuas dores na procela brava
Não soubeste talvez que eu te estimava!
Mas a amizade oculta não se finda ...
Embora oculta, ela subiu, no entanto ...
E subiu tanto e subiu tanto e tanto
Que hoje que és morto – ei-la que sobe ainda!
O ÉBRIO
Bebi! Mas sei por que bebi! ... Buscava,
Em verdes nuanças de miragem, ver
Se nesta ânsia suprema de beber
Achava a Glória que ninguém achava!
E todo o dia então eu me embriagava
- Novo Sileno – em busca de ascender
A essa Babel fictícia do Prazer
Que procuravam e que eu procurava.
Trás de mim, na atra estrada que trilhei
Quantos também, quantos também deixei!
Mas eu não contarei nunca a ninguém,
A ninguém nunca eu contarei a história
Dos que, como eu, foram buscar a Glória
E que, como eu, irão morrer também!
DOLÊNCIAS
Oh! Lua morta de minha vida,
Os sonhos meus
Em vão te buscam, andas perdida
E eu ando em busca dos rastos teus ...
Vago sem crenças, vagas sem norte,
Cheia de brumas e enegrecida,
Ah! Se morreste pra minha vida!
Vive, consolo de minha morte!
Baixa, portanto, coração ermo
De lua fria
À plaga triste, plaga sombria
Dessa dor lenta que não tem termo.
Tu que tombaste no caos extremo
Da Noite imensa do meu Passado,
Sabes da angústia do torturado ...
Ah! Tu bem sabes por que é que eu gemo!
Instilo mágoas saudoso, e enquanto
Planto saudades num campo morto,
Ninguém ao menos dá-me um conforto,
Um só ao menos! E no entretanto
Ninguém me chora! Ah! Se eu tombar
Cedo na lida ...
Oh! Lua fria vem me chorar,
Oh! Lua morta da minha vida!
VÊNUS MORTA
A Via-Sacra Azul do amor primeiro
Veste hoje o luto que a desgraça veste
No miserere do meu desespero ...
- Lótus diluído n`alma dum cipreste!
Como um lilás eternizado abrolhos
Tinge de roxo o arminho da grinalda,
Rola a violeta santa dos teus olhos
- Tufos de goivo em conchas de esmeralda.
No vácuo imenso das desesperanças
E dos passados viços,
Recordo o beijo que te dei nas tranças
Emolduradas num florão de riços.
E como um nume de pesar, plangente,
Guarda a saudade que levou do Marne,
Eu guardo o travo deste beijo ardente
E a Nostalgia desta Pátria – a Carne!
Sonho abraçar-te, pálida camélia,
Mas neste sonho, langue e seminua,
Pareces reviver a antiga Ofélia,
À opalescência trágica da lua!
Tu, oh! Quimera, de reverberantes
E rubras asas de heliantos pulcros,
Crava-lhe n`alma o tirso das bacantes,
Brande-lhe n`alma o frio dos sepulcros.
Reza-lhe todo o cantochão memento
Dessa Missa de amor da Extrema Agrura,
Abençoada pelo meu tormento
E consagrada pela sepultura.
E que ela suba na serena gaza
Dos mistérios dourados e serenos
À terra Ideal das púrpuras em brasa
E ao Céu dourado a auroreal de Vênus!
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Link da Século Diário : http://seculodiario.com.br/36724/17/dor-existencial-vem-a-tona-quando-se-fala-da-influencia-do-estro-simbolista