Absinto absurdo
terra arrasada
fundoscopia
cega,
eu ri muito alto
no dia desfigurado,
minha carcaça e meu dorso
exumados,
farta colheita de paranoia,
farsa refeita de paranoia,
carta não escrita
de pura paranoia,
síndromes deslimitadas,
frases fragmentos facas
outro dia outro pulo do dia
vaga mimética de mar
mar suntuoso baluarte oceânico
com os poemas
o futuro maravilhoso
a saudosa hora do fim
o enfim nunca alcançado
o segredo de tudo
em flechada
como o corpo que estremece
no êxtase com a paz mística
de flores azuis
num campo violáceo
e o leite caudaloso
do rio de Caronte.
12/03/2014 Êxtase
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
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