CONFERÊNCIA
Acidente é o instante como nunca dantes,
E o tempo é insistente e o que me deixa
Além de mim e de mundos concêntricos.
Atrás da noite na urdidura,
A disciplina e o método e o uso do verso.
Não há nascente tão legítima que ilumina
Tão poucos reféns, não há silente momento
Em que escuto nada.
Em vez de me divertir no óbvio,
Sairei em outros mares,
Sairei ao que não conheço,
Estando astuto, estando ao encontro da noite além de mim,
Que sou pessoa indigente ou identidade sem contexto,
Que sou o mesmo dos diferentes elementos,
Que sou o que nunca será o que foi antes,
E que não foi o que é agora instante.
São cortesias do fio da meada, o instante que é vigor do tempo,
O instante que é o coração, e as mesmas questões,
E as tão exíguas esperanças de mudança,
Mesmo que se mude o tempo inteiro
O que é por fim nada.
E o que me devora é o tempo sem volta das mesmas questões,
E as tão vastas sementes do que virá.
Se é o que não sei o que virá, mas que virá.
Empresto o meu trabalho ao ócio, o meu trabalho é o ócio.
Das mãos saem obras majestosas, além de tudo que é vago,
E que é mistério do instante criativo.
Eu vi, sem mais delongas, a estrela viandante
Que vai e vai e vai ...
Ser o que é, ser o que não é, mistério ficcional.
Além de mim não estou, e sem lugar não poderia ir neste que não sou.
Posto que sou o mesmo, tempo e carne, mudança e tormento
Do mesmo que se multiplica.
O uso do verso é o uso do viver, o tempo de ser o que é
E de querer ser o que não é.
Como nunca dantes navegados mares que já naveguei,
Singradura e sangria, composição e toque,
Poema de sonho, poema de poema dentro de mim.
Uma Carta para Elizabeth: Breve Romance de Sonho
Há uma semana