A terra, fractal de magma, que conhece
a cor da fuligem, a grama seca,
o passo do andante mortiço,
cai feito cal em pó de vida
como todos somos,
infinito e mortal,
como um grito de estrela,
tal um sismo tremor.
A terra estupefata, que rói a corda
da subida e cai qual queda,
indômita e suicida.
Terra cor de carvão e vermelhidão,
frouxo riso, rijo choro,
mais que um murmúrio,
um sussurro no vento,
um estalar de dedos,
dentes fincados no sol,
a seca água evaporada.
Terra de labor, alma de luta.
Tu és magma do ventre
que brota vulcânico
como explosão
de vida.
02/01/2017 Gustavo Bastos
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