Do meu pendão se cria a pia batismal
na qual se honrou o meu parto heroico
e caiu na realidade a minha vinha visceral
de todo porto onde vive o mar do meu introito
Eu estava calejado pelo tempo em seu costume
de ter a peste por dama e musa do meu cajado
e o vinho seco e as várias crias de betume
para o excelso sabor das minhas filhas navegado
Sou o que perdeu as virgens em barca infindável
o meu leque e a proa vivem em mar catastrófico
a tragédia do ardil em que se fez o impossível
abriu-se em flor e depois a bela dança saiu no trópico
Deste verão eu sei o calor deste verão amor
seu lema é a vida hermética e temporal
da queda dos anjos onde vem cair o verdor
das árvores da simetria para combater o mal
Deitei-me seminu como cadáver no poço
a praia estava ótima e resplandecente
eu orei por horas para a salvação que ouço
bramir espadadas nas cabeças doentes
Não temai o meu sorriso e a minha cavalaria
passou o carnaval como noite urdida
pelos cânticos dos anjos de bondosa orgia
e os santos sabendo a reza da qual se fez a vida
03/03/2009 Gustavo Bastos
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