Jogral que se insinua
na face da morte,
faça seu número
entre os dentes
da noite infernal,
e durma seu sono
de ópio metafísico
depois de montada
a farsa dos costumes,
jogral, faça seu número
no umbral da noite
destes déspotas
e ditadores
da sombra,
faça a visão
do inferno
em seus guizos,
faça rir o rei quase morto
antes de sua queda
na guilhotina,
faça rir o mestre impostor
que simula seu ardil
com os meneios de uma
sabedoria porosa,
faça rir o poeta
como um idiota feliz.
29/06/2020 Gustavo Bastos
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