Escreve teu bilhete no caudal
das horas de bruma.
Eis o silente campo do que sou,
o mistério em seu universo abscôndito
e meu átomo que rutila
na selva da tarde,
rente à flor botânica o sal
que resiste ao golpe da morte,
leve seu manto alvo que floresce,
tinindo em sua prata que
brilha como aço em êxtase,
já, no mais alto da floração,
o cais e o mar e seus temores,
longe, lá no livro final da obra,
o elenco dos palhaços e dementes
virava a procissão do caos,
na penumbra da chuva torrencial,
o bilhete, depois eu li,
e vi que era tudo verdade,
o amor, a peste e a vida.
29/06/2020 Gustavo Bastos
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