Amálgama dos sorrisos,
de todos os sorrisos,
sorri em devaneio
sem olhar suas lástimas,
sorri de sonho em brasa,
sorri pelas poucas horas,
sorri pelo ócio,
sorri olhando
o mar.
Estava a senhorita Lilás
com seus matizes
de funda sombra,
elencava em seu mistifório
rendas novas,
costuras infindáveis
de que se faziam o dia
de Lilás.
Outra nuvem, de outra época,
encantava-se nos pés voadores
de pássaros nus,
convite à meditação
numa plêiade
alvoroçada
pelo denodo.
Cantava sóbria
Lilás com seus
cantares.
Seria o Rei, fina flor
do Lácio?
Desvenda no xadrez
o ataque de semitons
dos cavalos,
e então se entrega
a torre
pela sobrevida
da rainha.
Seria o Rei, falso Rei?
Seriam noites de Rei,
falsas noites?
Ora, num lago sem mistério
se resolveriam todos os enigmas,
desvelado o sol,
desvelada a lua,
sobraria ainda a sinfonia,
a linda sinfonia
de concertos
polifônicos,
depois das setas ao fulgor,
resolveriam o sol e a lua
socorrerem a Terra
e suas lutas.
Veria, eu-poeta,
a flor verdadeira
no coração vigiado
e as estrelas do poema
no proscênio ensaiado.
11/05/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
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