Brota do chão o corpo de crosta,
imune castelo do pavio aceso.
O fumo, dentro da crosta,
enfumaça o solo, firme.
O quente que sai da arma,
em pulso, com a mão na mortalha,
mata o passaredo na paisagem.
Onde o mar escava a rede de pesca,
num ar manso de pedra,
a gaivota e sua garra
dão ao peixe o fim,
da garra da boca e do frio,
congela o coração
o mar dentro do osso.
Do chão, defronte ao mar,
a crosta da serpente
refina o fundo da visão,
paisagem de crisálida,
com o nervo exposto.
O corpo ao mar de enlevo,
que na baía recorda do próprio esgar,
afunda em areia acidentada,
embora sua morte
seja de planície,
com o revés do chão.
17/10/2014 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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