Foges de tua tumba, vasto drama,
com a mão extática faz o relento,
susto maior da violeta,
vasta canção do mar que lamenta.
Faz-te, no cibório, intumescer
o reino das espadas,
luas sincopadas de prazer,
mulheres nuas num catálogo
de luxo.
Mortal a dança nas sacadas,
sótãos se escondem
em fundas amuradas,
noites vagas,
o esgar da garganta
cai da maçada
em terror de furor.
Os mares são saudosos
de seus algozes,
na lama dos industriais
corre o sangue do labor
como dever cívico
de se dar ao faminto,
a fome da fábrica
de paramentos
cospe fogo e fúria
nas mazelas da economia,
um patife desbunda
na arte vendida.
Leva em cada rito de vício,
um bom esquema de riquezas,
mais que o Faraó
na vil vileza,
o odor da mansão
é de perfume de marafonas,
veste o terno maldito,
corrompe os ímpios
na impiedade
dos ascos
mais terríveis.
Lama e fogo na paz lavrada,
fundo musical de câmara
no extinto fulgor
de poetas,
sombras purulentas
vão e dançam
no limo e na sarça
como fantasmas
de um Lúcifer
em mistérios gozosos.
O poema virulento
se encampa
na guerra da paz,
e mata o mártir
das odes marginais.
24/02/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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