Nestes termos, meu senhor,
eu recuso a paz bendita.
Fizeste do meu poema um negócio
pouco lucrativo,
obedeceste à lógica dos carniçeiros
com várias interrogações
sobre o que é a minha obra.
Ora, não posso defini-la.
Não tenho um propósito claro
e nem posso dar respostas concisas
sobre algo que me escapa ao tempo e à razão.
Também não poderei
enumerar uma prolixa multiplicação
de explicações do porquê
que sou poeta.
Meu senhor, te enganas quanto
ao que é uma boa obra,
nem podes vislumbrar
um poema valoroso.
Tenho pouca paciência
com os determinantes
do conteúdo que te dou.
Não sei ao certo,
mas um fuzil ou uma dinamite
serviriam para acordar
vossa arrogante pretensão
de "definições da obra".
Sou poeta, e não sei me explicar.
03/11/2009 Gustavo Bastos
Quem sou eu?
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