Preciso de um fim.
Tudo o que faço é por mim,
nesta vida não dá o enorme cão
a sua última mordida.
Este mundo precisa de um fim.
Não tenho como recuperar
o tempo que perdi.
Este muro que se fecha sobre mim,
e a vida que me acusa,
já não são os delírios adolescentes
no meu lume e na minha dor,
já não são o fim do meu calor,
tudo neste muro que se fecha sobre mim
anuncia o meu fim.
Ora, quero este fim, procuro este fim.
Na mesa a minha cabeça exposta
como um farol para o afundamento,
na casa a solidão é o tormento.
Quero este fim, preciso de um fim,
para tudo recomeçar
quando tudo for lançar
à carne dissoluta o caos.
Preciso de um fim,
que seja logo,
que seja intenso,
como a morte é no seu fim
sepulcral.
Tudo arde em mim.
18/10/2009 Gustavo Bastos
Quem sou eu?
Há uma semana
Nenhum comentário:
Postar um comentário