Dentro das águas de prata
reflete o sol com o dorso de fogo.
Num brilho imenso
descansa o porto.
Dentro das águas de prata
o timbre fundo e o sopro
volteiam nos odores.
Honorável sábio da montanha,
quem és tu?
O rei da filosofia
neste encanto?
Quem és?
O rei da poesia
neste sofrimento?
Rei da falácia e do sentimento,
toda vez que vem o sal e o vinho
e a fonte cair
do céu um facho de luz pura,
com adagas nos olhos
do poeta que,
de súbito,
sorri para a selvageria
do crepúsculo.
Nas enseadas e no golfo
semeia horas e queixas,
o sino toca e se abre uma porta,
entra o sábio e sua túnica,
ele tem ouro e argila,
um prato de comida,
e uma mensagem de sua razão.
Dentro das águas de prata,
oh saudades, oh cores,
oh salvação!
Diante da casa calma
morre um pássaro
com seu canto derradeiro,
era o espelho quebrado
de suas noites boêmias,
era o sábio transformado
em pássaro,
e ele tinha a sua doçura
com o vinho derramado
pelo corpo que jazia
no mar da infinitude.
Dentro das águas de prata,
uma doce canção.
Dentro das águas de prata,
os olhos de um furacão.
Dorme pássaro,
na morte que foi o seu legado
de mártir do fim do mundo.
Dorme pássaro,
com a saudade de suas asas.
Pois é a sua liberdade
o voo do eterno coração.
09/12/2008 Gustavo Bastos
Num brilho imenso
descansa o porto.
Dentro das águas de prata
o timbre fundo e o sopro
volteiam nos odores.
Honorável sábio da montanha,
quem és tu?
O rei da filosofia
neste encanto?
Quem és?
O rei da poesia
neste sofrimento?
Rei da falácia e do sentimento,
toda vez que vem o sal e o vinho
e a fonte cair
do céu um facho de luz pura,
com adagas nos olhos
do poeta que,
de súbito,
sorri para a selvageria
do crepúsculo.
Nas enseadas e no golfo
semeia horas e queixas,
o sino toca e se abre uma porta,
entra o sábio e sua túnica,
ele tem ouro e argila,
um prato de comida,
e uma mensagem de sua razão.
Dentro das águas de prata,
oh saudades, oh cores,
oh salvação!
Diante da casa calma
morre um pássaro
com seu canto derradeiro,
era o espelho quebrado
de suas noites boêmias,
era o sábio transformado
em pássaro,
e ele tinha a sua doçura
com o vinho derramado
pelo corpo que jazia
no mar da infinitude.
Dentro das águas de prata,
uma doce canção.
Dentro das águas de prata,
os olhos de um furacão.
Dorme pássaro,
na morte que foi o seu legado
de mártir do fim do mundo.
Dorme pássaro,
com a saudade de suas asas.
Pois é a sua liberdade
o voo do eterno coração.
09/12/2008 Gustavo Bastos
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