Desespero em que jaz o abismo.
Sou um ser decrépito
em minha alma,
vejo o tempo descer
das nuvens da eternidade
como um sinal
de que poderia estar salvo
da masmorra dos arrependimentos
e pesares.
Neste sol vermelho de outono,
o socorro dos cadáveres
se pôs na guilhotina
de sua miséria bruta,
o canto salvífico
tomou a trova e os poderes
da poesia
se libertaram
como melodia melíflua
de harmonias sobrenaturais.
Desespero que nos honra
com sua coroa sanguinária!
Sou o tolo e vil hipócrita
da semeadura métrica
intravenosa da carne,
vivo em suspense
como um calor de morte
e inferno astral,
vivo em carnes maduras
de horror.
E o meu umbral de suicidas
é a sinfonia da letargia
e das sombras morféticas
de um destino incógnito.
Sofro em tempestades teatrais
de uma estória tenebrosa
em ricas poesias sáficas
e eróticas,
nesta poesia divina
em que o coro trágico
se anuncia
numa alma renovada
de cantorias esperançosas
de beber do vinho
da eternidade.
12/10/2010 Elegias Existenciais
(Gustavo Bastos)
terça-feira, 12 de outubro de 2010
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