Fazem já séculos que a arte
faz seu pomar e suas flores.
De âmbar vestido, o artista
cultiva o seu ócio e os seus esplendores.
Já vai agora a nave argonauta
derribar a canção de um tsunami,
eu e a minha moça farsesca
nos cântaros, lajes e vasos decorativos.
Na antiguidade, fiz a escultura
dos estilos dórico e jônico,
Ictino e seu Partenon,
colunatas para suster a Élade.
Fídias e Praxíteles em crepúsculo
e relva, donde se elevam suas estátuas.
É a vigorosa beatitude
o que importava aos náufragos
da ametista.
E os olhos do artista
são como o mar em movimentos
ondulantes até ao povoado
das costas tropicais.
Passou séculos, passou o Renascimento.
E a luz que corta agora
já não é de mestria,
já se foi o século artista,
já se foi o século dos mestres.
O que nos torna aptos hoje
para uma pintura efervescente,
é a prática do hábito das sutilezas,
tais como as pinturas chinesas,
dormiremos plácidos
em imagens de meditação.
Quem agora dá ao nosso milênio
a possível arte,
não nos dá a faculdade alienada
do comércio e da economia,
não nos dá a incredulidade
da ignorância da História,
mas que nos leva de cima abaixo
para as novas inspirações
da nossa orgia e festa,
sempiterna chama
no arremate
da liberdade de criar
com o olho fundo
de uma gentil juventude
que nos trará o novo,
e diante do novo
teremos o tempo refeito
de um futuro artista
para o seu labor e sortilégios,
esperamos então
pela magia da nova era,
o tempo retomado da criação
e suas virtudes,
o tempo da novidade.
27 de dezembro de 2008
Gustavo Bastos
De âmbar vestido, o artista
cultiva o seu ócio e os seus esplendores.
Já vai agora a nave argonauta
derribar a canção de um tsunami,
eu e a minha moça farsesca
nos cântaros, lajes e vasos decorativos.
Na antiguidade, fiz a escultura
dos estilos dórico e jônico,
Ictino e seu Partenon,
colunatas para suster a Élade.
Fídias e Praxíteles em crepúsculo
e relva, donde se elevam suas estátuas.
É a vigorosa beatitude
o que importava aos náufragos
da ametista.
E os olhos do artista
são como o mar em movimentos
ondulantes até ao povoado
das costas tropicais.
Passou séculos, passou o Renascimento.
E a luz que corta agora
já não é de mestria,
já se foi o século artista,
já se foi o século dos mestres.
O que nos torna aptos hoje
para uma pintura efervescente,
é a prática do hábito das sutilezas,
tais como as pinturas chinesas,
dormiremos plácidos
em imagens de meditação.
Quem agora dá ao nosso milênio
a possível arte,
não nos dá a faculdade alienada
do comércio e da economia,
não nos dá a incredulidade
da ignorância da História,
mas que nos leva de cima abaixo
para as novas inspirações
da nossa orgia e festa,
sempiterna chama
no arremate
da liberdade de criar
com o olho fundo
de uma gentil juventude
que nos trará o novo,
e diante do novo
teremos o tempo refeito
de um futuro artista
para o seu labor e sortilégios,
esperamos então
pela magia da nova era,
o tempo retomado da criação
e suas virtudes,
o tempo da novidade.
27 de dezembro de 2008
Gustavo Bastos
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