Diante do ferro da dor pungente,
o herói se lança na busca universal
de seu ato de coragem no canto da torrente,
em que urge o sol em vinha e sal.
Herói da resistência, qual um titã!
Foi nobre em sua capa indolor,
um mestre calmo e rústico no seu afã
de gritar pelos ventos do mundo o terror.
Vai! Que é do mundo o seu engenho,
que é do mundo a paz depois da guerra,
que é do mundo o combate sangrento,
que são de todos as manhãs da terra!
Volte do combate como o dia furioso
e sem névoa, como a nuvem branca
que sobe ao céu matizado em seu dorso,
pois o tempo lhe deu a feroz dor da lembrança.
Eis o território conquistado,
ébrio em campanha sem fim,
vai do esterco ao velho regalo,
de que bebe o vinho tinto e carmesim.
Como é a vida do herói sem rumo?
É a vida da arte de viver no perigo,
é a parte do coração em fel e prumo,
é a noite depois da tempestade sem abrigo.
Esta biografia é a da alegria eterna,
é a terna compaixão dos homens da lida,
que é a torrente apaixonada da taverna
em que os ébrios cantam canções da vida.
12/10/2010 Delírios
(Gustavo Bastos)
terça-feira, 12 de outubro de 2010
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