O sol, da dor a flecha de luz,
refulge nos ombros do dia,
como a flor de girassol
na paz da tarde,
em nuvem o filho vaticina
a carne da fumaça,
com o ar da teia mortiça
que rumina seus atos de farsa,
se une ao ocre a água barrenta
dos berros de outrora.
Na chuva caiu um grito seco
como um tiro no meio da madrugada.
Mataram um cão ao meio-dia,
na madrugada o corpo
de um mendigo agonizou,
a festa era do outro lado,
o estampido só foi ouvido
com os olhos já no sol da aurora,
um sentimento de crepúsculo
tomou os corações de gelo
dos notívagos,
e o fel corria nas bocas úmidas
das ruas com o ferro abissal
de todas as armas,
um revólver sangrava
no peito aturdido
das almas que
se perderam,
e o rosa ficou nas mãos
de um poeta desamparado.
28/05/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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