A chuva, como o desvão de um sonho,
qual calma nuvem soçobra no solo.
Vai de poema o corpo de bronze,
nas águas espantadas do mar.
Veloz como a fúria, deste mar terror
se anuncia. Da flâmula o ataque
da guerra nuclear,
e o sonho empapado em sangue
na horda virulenta dos vivos
que cantam ao tempo hirto da chuva.
Ventre movediço na campanha,
sete sóis amarelos
e sete rosas vermelhas.
Corpos de nuvem na alga da esfera,
cantam os convivas na flor de alma
que se espanta de vinho e fulgor.
Gerada a nuvem sob a tempestade.
Na honra do mar dorme mistério
das lutas com os corpos sonhados.
Fere os sonhos qual o sal nos olhos.
Mordem a carne os poemas
de vícios aos fundos dramas
da praia sem sol.
Nos loteamentos da vila abandonada,
caem os lírios sob o tempo febril.
No ar mortiço caem os poetas
de sangue que ferve de lembranças.
Nos diademas, defronte à rocha negra,
o poema verte terror sobre
os sonhadores do vitral.
O mar se esbalda de ondas,
e o poeta ressurge qual fera.
25/09/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
A Hora das Fornalhas
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