O nardo reverbera no mar
com o descanso das ondas,
o lírio e o diamante
correm em silêncio sublime,
com os relógios que
se fundem às bússolas
eu sonho com o meu
porto seguro,
dama delicada
que surge
em seio farto
de seu mar e sal,
de seu coração
enlevado
de amor pelo meu
poema.
Diante do sol
que aterrisa
como um sonho,
eu vejo nenúfar
e pedra estrelada
de lápis-lazúli,
um caldo de berilo
e um jaspe
na flor do jasmim.
Nas ondas refulgentes
em temor de navios,
luta o peixe
com o arpão,
luta a miragem
com a ilusão,
e os pescadores
buscam
suas redes
como antevisão,
a mesa será farta
com a dor exaurida
do arpão,
um bom guisado
de indolor caça
para os que
comem,
e de dor devoradora
para os espinhos
que sobram
da vida do peixe,
outra noite estará
o pescador
nos dentes do tubarão,
a vingança do mar
em onda bruta
também faz a sua
refeição,
as carnes duras
na boca do tubarão,
o mar salgado
que silencia
no verão.
27/10/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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