Donde flutua o corpo da revolta,
já lá não faz de mim refeição da carne.
Posto uma vez o meu espírito,
dele compreendo nódoas, equimoses
e dores servis.
Agora, por agora, neste instante,
vem o bálsamo acomodar relíquias literárias
no meu doce recinto,
sento-me à beira dos escritos,
levanto com os pés, e a cabeça pensa
pelas beiras de caos, sabedoria e pó.
Ditam-me peripécias os falcões,
as águias e os gaviões
ditam-me suas aventuras.
O que sei bem na vida é o sábio
planar da gaivota sob o sol da existência.
Por que esperar a dádiva?
Que alma terá prazer na eternidade
e não na carne?
Por que deveria eu me purificar
para ter paz ditosa e um amor fraternal?
Quantas serão, enfim, as noites
que passarei numa filosofia de terras solitárias?
Ora, sei bem pouco da eternidade,
é o que me faz ignorante
como a mais obscura criatura
deste mundo.
17/05/2009 Gustavo Bastos
Quem sou eu?
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