No mundo em que o poeta é proscrito,
nascedouro das ilusões,
bate o coração do exílio.
Quem és tu, romântico e arrojado?
Vai para as antologias
beber sedução,
vai para as rimas que são suas amigas
beber a canção.
Se tu soubesses quão profunda
é a chaga de um assassínio consumado,
certamente não perderias o teu tempo
com metafísica e assombro.
Pois é aqui na vida vivida
que a sombra desfalece,
o mar se exaure,
e a vida se rejubila.
Certamente, então, dirias que o poeta
não se multiplica pelos seus escritos,
mas que se reduz aos seus escritos.
E agora tu não sequer vislumbras
qual é a sede que tudo encanta
ao poeta morto e ao poeta vivo,
um poema de amor
e outro poema de desamor,
um poema estrepitoso
e outro poema conciso,
uma longa declaração artística
no peito de um delirante,
enquanto a calma
é o silêncio,
e a fuga a poesia.
12/06/2009 Gustavo Bastos
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