Tenho observado, depois da
noite em que fervi na pira,
que meus utensílios,
meus talismãs
e meus poemas
estão finalmente
no lugar,
este lugar luminoso
longe de um esconderijo
opaco, longe do fingimento
translúcido ou da mentira
que se refugia na sombra,
sim, tem um porte de verdade
nesta luz toda que
o poema sentencia,
elenco de estratagemas,
este poema elástico,
dilatado,
tenho observado também
durante o dia a sua higidez,
um poema sem pompa,
sem badulaques,
apenas o anelo
e sua coda.
22/07/2020 Gustavo Bastos
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 5 semanas
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