Faz tanto sol no Brasil, que de noite
o frio tilinta com os cobres metais
dos ossos de gelo da lua.
Frita uma manada, enquanto o deputado
empilha seu quinhão, e o monsenhor
dos ares de festa zurra e pavoneia
seus salamaleques com sedes
de frutas e legumes na fome
que grita no cais,
levo meus poemas como laranjas doces,
e o crime conspira com forças obscuras
contra o grito sublime
do olor florido da cultura
botânica,
neonazistas campeiam contra
os crackudos e os prefeitos
da várzea dão com jatos
contra os mendigos aziagos,
uma baderna, bulhufas de espantos
com mordidas na pitomba,
peneirando o leite e comendo
o pão amassado do diabo
com gotas de suor
no chão do desalento.
24/09/2017 Gustavo Bastos
domingo, 24 de setembro de 2017
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