Corta, em tua faca, a esmo.
Por detrás do desenho, o osso,
mármore de corpo.
Corta o osso: eis o fêmur,
o diapasão que ergue
o corpo,
como queres.
Desde a clavícula,
por toda a omoplata,
o corpo está em si.
Mármore, branco poema.
Este: o poema.
Corpo de osso duro,
com o meio da entranha,
com o espanto:
este espasmo da consciência.
Corta o corpo: membros dispostos
sobre a mesa cirúrgica,
os olhos saltados da órbita,
tal o esquartejamento
de palavras,
corpo do poema em corte, sucinto.
14/04/2016 Gustavo Bastos
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