Como um sopro de chama no domingo,
não queiras ver o rosto disforme
do poema bêbado.
Para este ser condoído em si
como um caracol,
para o idílio marcado
do relógio sem tempo,
para o corpo em moldura
da festa petrificada.
Para a porta, uma entrada,
e os pés na dança!
Para a janela, um pulo suicida,
e os pés na dança!
Como navega este calmo dia,
por toda nuvem conquistada
de poesia,
e o toque das mãos
nas letras moídas ...
Como um sopro chamo ao domingo,
rupestre caverna, idílio chuvoso,
sol desmaiado com trovão,
a casa pacífica,
e os pés na dança!
Por cada charco de lama,
o lodaçal de chuva,
o canto de bruma,
e os pés na dança!
Neste idílio de domingo,
os pés descalços,
as sandálias no alpendre,
uma árvore de tamareira
na costa brava
diante do mar,
as amendoeiras em seus sóis,
o sal do mar bravoso
como urro,
e os pés na dança!
Ah, este que corre é o corpo
com os pés delicados,
este corpo que dança!
15/04/2016 Gustavo Bastos
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