Leve-me, hausto verde do campo,
elísios como os sonhos,
ao auge, ao término,
ao começo de mim mesmo.
Será das nuvens o ar mais plácido?
Como se antevê, das dores findas,
o córtex pular de um sentido
ao outro, com a imbricação
necessária dos fatos.
Da ronda em fotogramas
o novelo é quintessência
sob jardas ao sem fim
dos olhos.
Mesmerizo-me ao fogo,
leste soturno, oeste faustoso.
Regateio vãos e desvãos
em mil léguas de mar.
Leve-me, ar político da cidade,
indecisos corpos,
flutuações de nada,
partos redivivos
com o âmbar anárquico
da liberdade.
Ao fim dos ninhos d`alma,
que o mar mata a sede
em voltas de horizonte.
Registro das notícias:
sete voltas da chave,
a fortuna semeia
a roda da vida,
lei áurea em vinha.
Eu experimento olores,
revelações da virtude,
demências da sorte,
levitações do sopro.
Levei-me ao tino moral
das diferentes sendas.
Ao sol, mártir da luz,
carrego o dever
e o direito.
À lua, mestra inculta,
os gritos dos loucos.
Poema-estrela, cal de mármore,
pedras de roseta
sob hieróglifo
cuneiforme:
escritas de sândalo
o canto vivo
mais vivo
vivíssimo.
26/06/2015 Ácido
(Gustavo Bastos)
A Hora das Fornalhas
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