Fervente ósculo, da obliterada chama
o acre sabor do fel.
Pêndulo das hecatombes,
com o fundo olho da certeza,
esnobe tempo-círculo
de minhas reencarnações,
entradas e saídas marítimas
em choro de terra,
a nau esparramada
no cais.
Dá minha selva espectral,
post-mortem jacta est,
elenco de saudades
na miséria desta
esfera azul turquesa,
como um abecedário
dos fatores perdidos
de vida pródiga
e desandada.
Oh, mártir esqueleto de terror!
Que à terra vermelha
os pios e paus
são vulgos dramas,
e os notórios sábios
uma fauna modernosa.
Leve-me ao sábio-ébrio
das leveduras,
ao sapo venenoso
das visões alucinogênicas,
à carta náutica
que vem do bruto amor
de Tarô,
e à roda-da-lei
emergida qual fastígio
de primeira escala
ao ventre original
das fadas.
Das hemácias o campo é rubro,
qual a fuga do sangue
que foge em sendas
transversas de sonho,
em caudais trôpegos
de ilusão,
e o cartaz do filme sucinto
de nossas vidas,
era uma grande mandala
nos muros lamentosos
de embrutecidas felicidades.
27/11/2014 Ácido
(Gustavo Bastos)
A Hora das Fornalhas
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