Lá no campo longínquo, que faz séculos que no horizonte descansa, esteve em olhos marejados um tímido coração tremendo no espanto da vida.
No silêncio da alma não há esperança, não há alegria.
As pedras nos sonhos jazem em masmorras, poesia sem dono que o fantasma do profundo quer como um abismo, que este filho da dor desenhou ao infortúnio, e declarou-se como o líder de uma gangue dos ínferos.
O riso que além escapa, e a boca sedenta, derramam a alma que não quer se expor. Guardada em gavetas, a poesia não quer se revelar estonteante ou bela como antigamente.
Antigamente, havia um paraíso, que no mar sumiu, no azul do fim.
A fumaça vigora, a desgraça vigora. Esteve o vinho lamentando a taça vazia e o estilhaço do coração sufocado.
Sempre o pássaro, imagem qual era, ascende em outros cimos. E a noite, agora possessa, deveria tomar o dia, e jamais trazer o sol que antes brilhava, pois o fogo da vida findou no tédio e na revolta.
Lembro-me apenas: Antigamente é só infância. O campo longínquo não voltará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário