No tumulto das horas
uma multidão toma
o patíbulo.
Desde tempos imemoriais
o arcaico nos honra
com sua cegueira,
uma pistola é apontada
à cabeça de uma febre,
os dias gritam ou calam
ao sabor das ventanias.
No cais encontraram
um poeta morto
que as águas salgadas
do mar com suas ondas
trouxeram de volta à praia.
Na algibeira encontramos
"Uma Temporada no Inferno"
de Arthur Rimbaud,
o poeta lacrimejante
havia bebido muito
e se jogou nas pedras,
logo ficara sabendo
toda a patuleia.
No tumulto das horas
seu crânio partiu
em loucuras bêbadas
de mágoas antepassadas,
o mar chorou e disseram
que a onda o esmagara.
25/10/2011 Delírios
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
Nenhum comentário:
Postar um comentário