PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O QUÊ (POEMA NONSENSE)

Da própria fala eu guardo o gesto abjeto.

Teatralidade do caos, eu salvo a meretriz

e bendigo o ladrão.



Da escrita só nos resta a palavra morta,

outro dia eu vi um ovo nascer

das letras renascidas

que querem o além do ver.



Para tanto o que eu quero

é o não querer.

Para tudo não para somente nada,

e isto é tudo que eu não paro.



Poema-caixão.

Poema do caos e do inferno.

A palavra é um espasmo da alma

enquanto carne que fenece.

Além de todos os símbolos

está a fossa de tudo perder,

perdido corpo de nuvens

e o esmero do poeta

que é o suicídio do verso.



Ora tão pronto quanto o homem,

maduro para se ter

os olhos decididos

para um mártir desiludido.

A paz é agora

a guerra da palavra

sem sentido.



Vamos escrever para quê?

Vamos caminhar para onde?

A selva dos porquês,

um cipoal da existência.

Não tenho tempo

para me fazer entender.

A vida é um sem saber o quê?



25/12/2009 Gustavo Bastos

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