Intempestiva dama,
que sabe da amora que está nos dentes.
Toda a primavera seria um dossel
de pântano e rios gelados.
No afã da aurora uma ponte da memória
comeria o indevido cão da raiva.
Sou importuno por delícias e calvários.
As amêndoas saem das ervas
com o lodaçal de sombras e miasmas.
Sou coveiro em castiçal e fogo ébrio
para o indolor cadáver de trajes sumários.
Dama nascente de meu nascente poema,
imagino uma floresta tropical
com as araras das cores da felicidade.
Sou eu e a minha matéria-corpo
de zênite à solidão dos dias que faltam
à minha morte.
Seu livre-arbítrio sabe dessas coisas,
de uma paz de ossatura férrea
em deslumbramento e vinho,
vem contar a estória dos apanágios
em que se degola o meu amor carnal.
Da estrela miséria de alva flor
conheço a silhueta da vida revista
pelos guardas ferozes.
E numa noite digo:
A mulher é um mistério de sedução.
05/11/2009 Gustavo Bastos
Quem sou eu?
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