Devo dançar ou devo morrer?
O cristal se espatifou
no chão,
e goteja o sangue
de minha mão.
Quanto é o sol e o céu da noite?
Quanto eu amarei em pranto?
Meu cinzel fez a musa,
mas era pedra,
não existia,
nunca existiu.
Eu agora sou poeta, o poeta da ágora,
o poeta do sonho de rubi,
o poeta do tigre selvagem,
e o meu olho é a bruma
na qual desejei uma musa.
Não posso mais nem morrer!
O dia propício já passou,
o que ainda posso pensar
é num rocio de paisagem de verão,
o sol torrencial da chuva,
a chuva do calor com frio,
e a veste desnuda em carne e espírito.
Devo fazer o quê?
Morrer não, dançar sim.
É o que sou, poeta temerário
que um dia ceifou a paixão.
Não vou admitir a morte
quando jovem,
só serei o dançarino das estrelas,
aquele que mata e não morre,
aquele que voa
e depois dorme.
03/11/2009 Gustavo Bastos
Quem sou eu?
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