Tece o corpo na linha que diz
ao caminho o chão de giz.
O tempo todo está lido
na bula, no bojo, o sol
caindo de si a mim.
Edifícios e sombras,
o tédio da luz cortada,
passa gaivota, ao longe,
sem lembrar-me a infância.
Tece meu corpo a festa perdida,
o trabalho que cobre o tempo,
me enobrece me dignifica
a fuligem a estância sem métrica.
No meretrício estava Malcolm,
o demente ria toda a noite
a sexual brutalidade dos suores
glândula pétrea pedra posta
rigidez muscular da cocaína.
Tenho tempo e estrada
minha estadia não é tardia
como este viço a viga
a potência de si
que pousa penetrante.
Este instante
este tempo
poema lido
estudado
senhor de si
poema bruto
dor e prazer.
Gustavo Bastos - 21-07-2023 - POESIA BRUTALISTA - 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário