Os deuses se conflagram
com suas almas mortas,
os seres que morreram
no patíbulo e no sol
dos trigais, as mulheres
que deram à luz
e morreram de hemorragia,
os meninos tísicos
e a malária que levava
as filhas pequenas,
naquele tempo de deuses,
inúteis como os homens,
roubando mulheres
que viravam flores
ou fadas, e os
carrascos tonitruantes
anunciando a tempestade
e o teatro marginal
das máscaras de Dioniso
e os mistérios das vestais
com a alegria da carne
e do fastígio.
Sim, o palco móvel
e os delírios da ayahuasca,
e o rito ameríndio
que brotava da fumaça
xamânica de um sol
antigo e arrebatado.
Todas as nuances dos corpos,
e suas carnes em fúria,
o furor da iluminação
e da aurora.
18/07/2023 Gustavo Bastos
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