O gosto do regato, estreito poço,
como é de alpendre à visão cotidiana,
ao pé-direito dividido em chaves rústicas,
é um do mesmo que esculpe sombra e ar.
Pelo poço o melado, o mel esticado na boca,
que doce sucede ao céu do criador,
e frente ao abismo converte
o sonho em ação direta.
O vinho do regato, o pântano que
revira o ser bruto que o habita,
poeta em todo o tempo espaço que é,
habitante imóvel do ser de si mesmo.
Bate o gosto do vinho no regato,
um descanso de volta à pátria
dos que vivem potência e tear,
perfilados na armada centúria.
Estro sobre a margem delgada,
o poeta convida seus ermos campos
a se debater no frêmito
e a debelar do regato
o inferno que roto espoucava.
O gosto de vinho do regato,
como uma taça eterna.
02/05/2017 Gustavo Bastos
terça-feira, 2 de maio de 2017
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