O nardo, que na meditação
age ao natural, me dá a força
centrífuga que abre o caminho
na flor-de-lis que ao regente sol
à capa e espada os livres cantam.
Pois, quando da estrela polar
os cânticos sulcam o mármore,
os poetas quase loucos
furam as ondas com fúria,
sabem de seus emblemas e pórticos
como discípulos bem postos
nas selvas brutas do crepúsculo.
Pois o nardo, e a fonte de almíscar,
e o espanto do sândalo,
e o bafo de canela,
todos estes odores são
fantasmas da matéria,
sopros luzidios com giros de fumaça
que descansa nas bocas das espumas
venusianas que o poema rutila
como uma ametista sobre
os rubis da montanha.
E as sombras mutiladas,
estes corpúsculos do bafo quente,
soam contritos como ranger de dentes
na batalha dos faróis,
e fervem na relva úmida
como os delírios do bobo
quando este é visionário.
Tais visões, que nas alturas cerúleas
ou nos abismos dos ínferos,
nos traz os fundos saberes,
do oráculo mais perfumado
são o vaticínio como tear
na flor d`alma das estrelas
platinadas dos alvores
que o lago místico de lótus
tornou canção.
30/04/2017 Gustavo Bastos
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